São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 2006

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BANCOS

Mudança ainda precisa de confirmação por decreto do presidente Lula

Aumenta limite para estrangeiro no BB

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo decidiu aumentar de 5,6% para 12,5% o limite para a participação estrangeira no Banco do Brasil. A medida foi tomada ontem pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), com o objetivo de tornar mais competitiva a oferta de ações do banco que o governo está planejando desde o início de fevereiro.
Para entrar em vigor, o novo limite para a participação estrangeira no BB ainda precisa ser confirmado por um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Há dois meses, os maiores acionistas -Tesouro Nacional, BNDES e Previ (fundo de pensão dos funcionários do BB)- anunciaram a intenção de vender na Bolsa de Valores parte de suas ações no BB. Ao todo, será oferecido o equivalente a 7,5% do capital do banco. Ainda não foi marcada a data do leilão.
Ao aumentar o limite para a participação de acionistas estrangeiros no BB, o governo pretende permitir que esses investidores participem da oferta. Atualmente, investidores de outros países possuem cerca de 3,5% do capital do banco. Ou seja, o antigo limite praticamente inviabilizava a compra das ações do BB por parte de investidores de fora do Brasil.
Juntos, Tesouro, BNDES e Previ possuem cerca de 92% do capital do banco. Desde o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) existem planos para que seja vendida parte das ações no mercado.

Oferta frustrada
Em 2002 chegou a ser realizado um leilão. Mas, apesar da boa procura registrada entre pessoas físicas, houve pouco interesse por parte de grandes investidores, e o negócio não se concretizou.
A idéia do governo é fazer essa nova tentativa de venda até o final deste semestre, para evitar que a proximidade das eleições prejudiquem, de alguma forma, a oferta. Embora os detalhes da operação ainda não estejam definidos, o uso do FGTS -que foi permitido na venda de ações da Vale do Rio Doce e da Petrobras- não deve ser liberado.

Novo Mercado
A venda de ações do BB é mais um passo do banco na tentativa de ingressar no Novo Mercado, segmento da Bovespa em que são negociados papéis de empresas com um nível maior de transparência nas suas gestões.
Uma das exigências para as empresas que querem fazer parte do Novo Mercado é ter pelo menos 25% de suas ações negociadas em Bolsa. Ao abrir 7,5% de seu capital para o setor privado, o BB dá mais um passo nessa direção.


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