São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 2006

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BASTIDORES

Meirelles promete a Lula menor taxa da história recente

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a manutenção do gradualismo na redução dos juros permitirá uma diminuição maior da taxa no médio prazo -seria melhor baixar 0,75 ponto agora e repetir o número em maio e em julho.
Assim, Lula entraria na fase decisiva da campanha eleitoral, o horário gratuito (início em 15 de agosto), com a menor taxa de juros nominais da história recente. Seria um ativo eleitoral importante, avaliação que, segundo a Folha apurou, foi feita por Meirelles a Lula em reunião na semana passada.
O Copom terá mais duas reuniões antes do início do horário eleitoral. De acordo com previsão de Meirelles a Lula, o Copom reduziria a Selic 0,75 ponto percentual na reunião de 30 e 31 de maio, o que deixaria a taxa em 15% ao ano. Seria a menor taxa nominal da história recente, mas ainda superior a 10% em termos reais.
Lula gostaria de taxa real inferior a 10%. Para isso, na reunião do Copom de julho, a Selic voltaria a cair 0,75 ponto ou 0,50 e ficaria entre 14,5% ou 14,25%. Como a estimativa de inflação para 2006 está muito próxima da meta do governo (4,5% ao ano), haveria espaço para a repetição de três quedas consecutivas de 0,75. E eventualmente poderia haver até uma pequena redução no final de agosto. O primeiro turno ocorrerá em 1º de outubro.
Com a queda de Antonio Palocci Filho da Fazenda, Meirelles ficou mais forte e, conseqüentemente, o gradualismo do BC também. Como o substituto de Palocci, Guido Mantega, foi um crítico duro do BC no passado recente, manter a ortodoxia monetária é uma necessidade do novo ministro e do governo para não afetar a credibilidade da política econômica. Lula inclusive abandonou as pressões sobre o BC por queda maior da Selic.


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