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BASTIDORES
Meirelles promete a Lula menor taxa da história recente
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse
ao presidente Luiz Inácio Lula
da Silva que a manutenção do
gradualismo na redução dos
juros permitirá uma diminuição maior da taxa no médio
prazo -seria melhor baixar
0,75 ponto agora e repetir o número em maio e em julho.
Assim, Lula entraria na fase
decisiva da campanha eleitoral,
o horário gratuito (início em 15
de agosto), com a menor taxa
de juros nominais da história
recente. Seria um ativo eleitoral
importante, avaliação que, segundo a Folha apurou, foi feita
por Meirelles a Lula em reunião na semana passada.
O Copom terá mais duas reuniões antes do início do horário
eleitoral. De acordo com previsão de Meirelles a Lula, o Copom reduziria a Selic 0,75 ponto percentual na reunião de 30
e 31 de maio, o que deixaria a
taxa em 15% ao ano. Seria a
menor taxa nominal da história recente, mas ainda superior
a 10% em termos reais.
Lula gostaria de taxa real inferior a 10%. Para isso, na reunião do Copom de julho, a Selic
voltaria a cair 0,75 ponto ou
0,50 e ficaria entre 14,5% ou
14,25%. Como a estimativa de
inflação para 2006 está muito
próxima da meta do governo
(4,5% ao ano), haveria espaço
para a repetição de três quedas
consecutivas de 0,75. E eventualmente poderia haver até
uma pequena redução no final
de agosto. O primeiro turno
ocorrerá em 1º de outubro.
Com a queda de Antonio Palocci Filho da Fazenda, Meirelles ficou mais forte e, conseqüentemente, o gradualismo
do BC também. Como o substituto de Palocci, Guido Mantega, foi um crítico duro do BC
no passado recente, manter a
ortodoxia monetária é uma necessidade do novo ministro e
do governo para não afetar a
credibilidade da política econômica. Lula inclusive abandonou as pressões sobre o BC por
queda maior da Selic.
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