São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 2006

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MERCADO FINANCEIRO

Patamar chegou a ser rompido durante o pregão; dólar cai pelo terceiro dia seguido e vai a R$ 2,115

Bolsa sobe 0,92% e encosta nos 40 mil pontos

DENYSE GODOY
DA FOLHA ONLINE

A Bovespa teve ontem seu terceiro dia seguido de alta e alcançou novo patamar recorde: fechou aos 39.937 pontos, com alta de 0,92% e giro de R$ 2,395 bilhões. Durante o dia, a Bolsa bateu a máxima de 40.026 pontos com a nova onda de otimismo que atingiu o mercado. A euforia teve início após a divulgação da ata da última reunião do comitê de política monetária do Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano), que indicou o fim do aperto monetário nos EUA.
Também alimentou o clima positivo a expectativa de queda da Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. A decisão da autoridade monetária de cortar os juros em 0,75 ponto percentual, para 15,75% ao ano, só saiu após o final do expediente, mas deve influenciar o humor do mercado hoje, ajudando a Bovespa a se manter no nível de 40 mil pontos no curto prazo.
Mais uma vez, o aumento dos preços do petróleo -o barril chegou aos US$ 72,80 em Nova York, maior valor da história- foi ignorado, assim como o CPI (Índice de Preços ao Consumidor) dos EUA, que ficou em 0,4% em março, com núcleo de 0,3%, acima das projeções dos analistas. Os rendimentos dos treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) de dez anos atingiram 5,02%, mas o mercado manteve a previsão de que, depois de um aumento de 0,25 ponto percentual em maio, a taxa de juros norte-americana deve se manter em 5% ao ano por alguns meses.
Na terceira baixa consecutiva, o dólar comercial caiu 0,14% e terminou a quarta-feira aos R$ 2,115 -menor valor desde 16 de março. "O fluxo de entrada de recursos no mercado continua forte, por isso a moeda não consegue sustentar uma elevação, mesmo com as compras que o Banco Central faz no mercado à vista diariamente e a retomada das ofertas de contratos de "swap" cambial reverso", diz Paulo Souza Pinto, operador de câmbio da corretora Intra.
Nas ofertas de "swap" cambial, a instituição financeira que compra os contratos recebe, ao final do período, a variação dos juros, enquanto o BC ganha a do dólar. A operação, que não era realizada desde o início de março, equivale a uma compra de dólares pelo BC no mercado futuro, para impedir novas quedas da moeda norte-americana.


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