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OPERAÇÃO SANSÃO
Polícia fecha 3 escritórios que fraudavam IR
DA REPORTAGEM LOCAL
A Receita Federal em São Paulo,
a Polícia Federal e o Ministério
Público Federal realizaram ontem
uma operação de busca e apreensão em dois escritórios localizados em Santo André (região do
ABC) e um na capital paulista que
fraudavam declarações do Imposto de Renda. Devido aos locais
em que foi realizada, a operação
foi batizada de Sansão.
Os escritórios foram fechados,
mas nenhuma pessoa foi presa.
Foram apreendidos 41 computadores e cerca de 70 quilos de documentos, como recibos médicos
já assinados (mas com o espaço
para colocar o valor em branco),
relação de escolas e clínicas médicas (com nomes e CNPJs), inclusive de outros Estados.
Segundo a Receita, os escritórios faziam declarações do IR de
pessoas físicas de forma fraudulenta, incluindo despesas a mais
(com médicos, clínicas, escolas,
pensão alimentícia etc.) para aumentar a restituição ou pagar menos imposto. Para isso eram usados os recibos e as listas com os
nomes dos estabelecimentos de
ensino com o respectivo CNPJ.
Desde 2003, os três escritórios
entregaram cerca de 20 mil declarações suspeitas de irregularidades, que podem gerar autos de infração de R$ 100 milhões (imposto que não foi pago mais multas).
Os três escritórios pertencem à
mesma família. O proprietário do
escritório em São Paulo, Sérgio
Ricardo de Carvalho, será investigado por fraude, crime contra a
ordem tributária e formação de
quadrilha. Durante a operação
em seu escritório, ele negou que
tenha cometido os crimes e disse
que fazia as declarações com as
informações fornecidas pelos
contribuintes que o contratavam.
Segundo Roseli Tomikawa, delegada de fiscalização da Receita
em São Paulo, o escritório usava
informações falsas para aumentar
as deduções e elevar o valor das
restituições.
As irregularidades não envolviam apenas as declarações. Segundo a Receita, os três escritórios atuavam de forma irregular
pois não possuíam CNPJ. Além
disso, Carvalho não tem formação em direito ou contabilidade
-ele afirmou ser trabalhador autônomo.
Segundo a Receita, os contribuintes não poderão mais retificar as declarações entregues. Assim, estarão sujeitos a autuações
que consistem na cobrança do IR,
mais multa e juros que podem
chegar a 225% do valor que devia
ter sido pago. Além disso, estarão
sujeitos a indiciamento criminal
pelo Ministério Público e pela PF.
Contabilista preso
Um contabilista foi preso ontem
em São José dos Campos, acusado
de fraudar a Receita em cerca de
R$ 60 milhões desde 2003.
De acordo com o Ministério Público Federal, o contabilista, que
não teve o nome revelado, fraudava as declarações do IR incluindo
despesas médicas inexistentes.
Colaboraram a Folha Online e a Agência Folha, em São José dos Campos
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