São Paulo, sexta-feira, 20 de abril de 2007

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Após 3 anos, Skaf volta a unir Fiesp e Ciesp

Entidades terão chapa única com empresário à frente na eleição de maio, após cisão inédita dos industriais de SP em 2004

Unidade atual contrasta com disputa ferrenha na última eleição; Skaf promete reduzir custos e reunificar estruturas


Caio Guatelli/Folha Imagem
Skaf, que tem medo de altura, no heliponto da Fiesp na Paulista


FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Paulo Skaf assegurou novo mandato de presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) a partir de 28 de setembro. Desta vez ele também acumulará, após três anos de inédita divisão no empresariado paulista, a presidência do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).
Skaf, 50, encabeça uma chapa única e consensual, sem nenhuma dissidência, para a presidência das duas organizações empresariais. Juntas, Fiesp e Ciesp reúnem empresários com negócios equivalentes a R$ 1 trilhão ou cerca de 50% do PIB (Produto Interno Bruto).
A posse de Skaf ao segundo mandato à frente da Fiesp e do Ciesp, neste em substituição a Cláudio Vaz, 58, ocorrerá quatro meses depois da eleição, antecipada extraordinariamente em quase quatro meses, para o próximo dia 29 de maio.
O objetivo, diz Skaf, é permitir uma "transição ordenada", na qual ele promete "racionalização e sinergia" para a nova gestão, o que implicará cortes de custos nas duas entidades.
O novo mandato será de quatro anos, contra os três atuais, depois que foi aprovada mudança no estatuto das entidades no fim do ano passado.
Ao contrário da eleição de 2004, marcada por forte embate entre Skaf e Vaz (e os grupos que os apoiavam), que incluiu troca de acusações e apelos a autoridades policiais e judiciais, desta vez houve um consenso em torno de Skaf.
Vaz afirma que o setor industrial está "sob ataque" por causa dos juros altos do Banco Central e do real forte. "Não faria sentido uma disputa que não agregasse valor. Há um compromisso com a manutenção da independência do Ciesp. Assim, não vamos queimar energia nisso", diz Vaz.
Para Skaf, houve um "entendimento natural". "É certo que há opiniões divergentes, mas o encaminhamento foi todos darem as mãos neste momento."
Ele promete continuar criticando o que considera um tripé de problemas interligados: a política monetária do BC, a elevada carga tributária e o descontrole do gasto público. A prioridade será "cobrar o desenvolvimento".
Quando ficou apenas com a Fiesp, em 2004, Skaf criou o Depar (Departamento de Ações Regionais), em 52 localidades do Estado. Já o Ciesp tem outras 42 diretorias regionais espalhadas na mesma região.
Segundo Skaf, a "tendência agora é que, na prática, seja nomeado um mesmo nome para a direção de cada um dos Ciesp regionais e dos Depar".
Segundo Skaf, as discussões locais de empresários com prefeituras continuarão a cargo do Ciesp, enquanto a Fiesp fará a representação em nível de governos federal e estadual.
A Fiesp é uma entidade muito maior do que o Ciesp. Tem um orçamento de R$ 1 bilhão em 2007 para representar 130 mil indústrias reunidas em 132 sindicatos patronais.
Já o Ciesp representa 9.600 indústrias do Estado, que recebem apoio do órgão em suas atividades. As duas entidades são sustentadas por contribuições diretas de seus filiados.


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