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Fazenda e Trabalho partem para embate sobre recursos do FAT
Mantega afasta hipótese de acabar com desvinculação de recursos; Lupi insiste
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os ministros Guido Mantega
(Fazenda) e Carlos Lupi (Trabalho) partiram para o embate
público sobre os recursos do
FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Mantega afastou ontem a hipótese de acabar com a
desvinculação dos recursos
proposta por Lupi, que insistiu
em levar o projeto adiante.
Na quarta, o ministro do Trabalho apresentou em audiência
na Comissão de Trabalho da
Câmara a proposta de retirar o
FAT da chamada DRU (Desvinculação de Receitas da União).
Segundo ele, anualmente cerca
de R$ 4 bilhões do fundo deixam de ser aplicados na qualificação de trabalhadores porque
são desvinculados. Na prática,
o dinheiro vai para o superávit
primário (economia para pagar
os juros da dívida).
"Não vamos retirar [o FAT].
A DRU vai permanecer como
está", declarou Mantega. "Essa
é a decisão da Fazenda e temos
opinião divergente. Vamos levá-la para dentro do governo",
rebateu Lupi depois de reunião
com as centrais sindicais, quando conseguiu o apoio unânime
para levar a proposta em frente.
Companheiro de partido do
ministro, o presidente da Força
Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, afirmou que as centrais não aceitam o contingenciamento de recursos do FAT
para "pagar juros para banqueiros". "A Fazenda está sempre
contra, mas já ganhamos algumas. Se o governo insistir, vamos entrar no STF", adiantou.
Desde que assumiu, Lupi
apresentou duas propostas que
contrariam a equipe econômica. Ontem, disse fazer questão
de participar da discussão sobre o projeto de lei que regulamenta o direito de greve no serviço público.
(JULIANNA SOFIA e CLÁUDIA DIANNI)
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