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Temor de centrais é que portaria gere favorecimento a entidades pró-governo
DA REPORTAGEM LOCAL
A portaria que cria novas regras sindicais e permite ao Ministério do Trabalho atuar como conciliador entre entidades
que se confrontam na Justiça
dividiu a opinião das centrais
sindicais.
UGT (União Geral dos Trabalhadores), CTB (Central de
Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, criada por dissidentes da CUT) e Conlutas (ligada ao PSTU) criticam a portaria. A Força Sindical defende.
A CUT não comentou.
"Ao mediar conflitos entre
duas entidades que disputam
uma base, o Ministério do Trabalho ganha força. Pode haver
uso político desse instrumento
de mediação e interferência do
Estado. Se o partido que está no
comando do ministério tem
mais afinidade com uma central, pode favorecer a concessão de registros a entidades ligadas àquela central", diz Ricardo Patah, presidente da
UGT. "Hoje, o PDT comanda o
Ministério do Trabalho e tem
afinidade com a Força. No passado, quem comandava era o
PT e a CUT."
Ele defende a criação de um
conselho com centrais e governo para mediar conflitos e conceder registros sindicais. Para a
Conlutas, a portaria abre "as
comportas para que uma avalanche de sindicatos fraudulentos ganhe a chancela estatal".
João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força, diz que
a portaria regulariza na prática
o que já ocorria. "Por meio judicial ou de acordos, já existe
mais de uma federação e confederação de metalúrgicos, químicos e várias categorias. A
tendência é fortalecer essas entidades para prepará-las para
negociações nacionais."
Wagner Cinchetto, consultor
sindical que ajudou a fundar a
Força e a UGT, além de ser desafeto político do secretário
Luiz Antonio de Medeiros, diz
que a portaria mantém uma
"reserva de mercado" para as
centrais. "Os feudos estão mantidos para as centrais que irão
recorrer à mediação do Estado
para resolver conflitos. Será
um balcão de negócios."
(CR e FF)
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