São Paulo, terça-feira, 20 de abril de 2010

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Aumenta previsão para juro em 2010

Mercado eleva em 0,25 ponto, para 11,50%, expectativa para taxa Selic ao final do ano

Para analistas, trajetória de alta nos índices de inflação e aquecimento da atividade econômica devem levar BC a acelerar ajuste monetário


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado passou a contar com juros ainda mais elevados em 2010. Na pesquisa Focus, feita pelo Banco Central com os bancos e divulgada ontem, houve aumento na previsão para a taxa básica Selic no final do ano de 11,25% para 11,50%.
Com os dados de inflação em rota ascendente, somados a um cenário de atividade econômica mais aquecida, os analistas já preveem que a Selic, atualmente em 8,75% anuais, tenha de ser aumentada com maior intensidade pelo Banco Central.
"A revisão das previsões mostra a surpresa do mercado com a atividade econômica, que tem apontado para um ritmo acima do esperado. Junto a isso, os índices de preços têm surpreendido e feito com que ninguém preveja que o IPCA fique abaixo dos 4,5% do centro da meta oficial", diz Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos.
O economista elevou sua previsão para a Selic no fim do ano de 11% para 11,50%. "Na próxima reunião, creio que o Copom deve subir a taxa em pelo menos 0,75 ponto. Uma alta menor do que essa pode ter uma reação negativa por parte do mercado", afirmou Rosa.
O Focus mostrou que as instituições financeiras passaram a trabalhar com o IPCA acumulado em 5,32% em 2010. Essa foi a 13ª semana consecutiva em que os analistas elevaram a expectativa para o IPCA. Há um mês, a previsão era a de que o índice ficasse em 5,10%.
Nos cenários de pressão inflacionária, como o atual, o Copom sobe os juros para inibir o consumo e a escalada dos preços. Como a meta do BC para o IPCA em 2010 é de 4,5%, a previsão do mercado está cada vez mais distante desse objetivo.
No pregão da BM&FBovespa, as taxas projetadas nos contratos que pagam juros subiram em todos os vencimentos. No papel com resgate no fim do mês, a taxa foi de 8,72% para 8,79%. No papel que vence na virada do ano, a taxa subiu de 10,70% para 10,74%.
O Focus também mostrou aumento na expectativa para o PIB. O mercado agora projeta que a economia brasileira irá crescer 5,81% no ano. Na semana anterior, a previsão era de alta de 5,60% no PIB.


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