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Impostos "comem"
4,46% do orçamento
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO
As famílias brasileiras gastam
em média R$ 79,31 por mês com o
pagamento de impostos diretos.
O valor corresponde a cerca de
4,46% do orçamento familiar. Em
1975, os impostos "comiam"
1,19% do orçamento.
Quem ganha até R$ 400, gasta
em média R$ 5,61 por mês com
esse tipo de imposto, enquanto
quem ganha mais de R$ 6.000 desembolsa cerca de R$ 781,31. Ou
seja, os impostos diretos chegam
a 1,2% do orçamento dos mais
pobres, enquanto levam 8,96% da
renda dos mais ricos.
É exatamente o que se espera, já
que esses impostos são os chamados progressivos -quem ganha
mais paga mais. No entanto o levantamento não permite calcular
a participação dos impostos que
incidem sobre o consumo de produtos e serviços, como o ICMS.
Esses impostos são recolhidos pelas empresas e incluídos, como
custos, nos preços das mercadorias e dos serviços vendidos.
Quem proporcionalmente paga
mais impostos indiretos são as famílias mais pobres: são elas as
que, proporcionalmente, mais
gastam com consumo de bens básicos -uma família com renda
de até R$ 400 precisa gastar 32,6%
da renda para comprar alimentos;
uma família com renda superior a
R$ 6.000 usa apenas 9%.
Como há cobrança de impostos
indiretos sobre alimentos, como o
ICMS, uma família mais pobre
gasta uma parcela maior de sua
renda com esse imposto. Ao contrário dos impostos diretos, que
incidem sobre a renda ou o patrimônio, os impostos sobre o consumo são regressivos e acabam
punindo quem ganha menos.
Segundo o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), em 2002 a carga tributária total do Brasil ficou em 31,9% para
quem ganhava até dois salários
mínimos e em 41,47% para quem
ganhava mais de 30 salários. Ou
seja, globalmente, a tributação
brasileira tem algum grau de progressividade, com famílias mais
ricas pagando relativamente
mais. "Mas é injusta pelo peso
grande dos impostos sobre consumo, que são menores na maioria dos países", diz Gilberto Luiz
do Amaral, presidente do IBPT.
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