|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRIBUTOS
Apesar da negativa de Palocci, CUT e parlamentares dizem ainda acreditar em mudança da tabela ainda neste ano
Central mantém pressão sobre correção do IR
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de Antonio Palocci Filho
ter dito anteontem que dificilmente a tabela do Imposto de
Renda será corrigida neste ano, a
pressão do Congresso e dos sindicalistas ainda poderá fazer com
que o ministro da Fazenda anuncie algum reajuste em 1º de junho.
Se isso ocorrer, a perda de receita
será compensada.
"Não estou preocupado com as
declarações do Palocci. No dia 1º,
quando teremos uma nova reunião, eu só vou querer saber uma
coisa: de quanto será a correção?",
disse o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores),
Luiz Marinho.
Desde o início do governo, Marinho tem negociado várias medidas com Palocci, como a permissão para o desconto de empréstimos bancários em folha de pagamento. Segundo o sindicalista,
Palocci estaria agora apenas "falando para o mercado".
Procurado por meio de sua assessoria de imprensa, Palocci não
quis, até o fechamento desta edição, comentar as declarações.
Ontem, economistas ligados ao
Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) ouviram dos
técnicos da Receita que um reajuste de apenas 11,32% na tabela
-o que corresponderia à inflação
no governo Lula- significaria
uma perda de R$ 2 bilhões na arrecadação. A reunião havia sido
marcada entre Palocci e Marinho.
Segundo o economista Osvaldo
Cavignato, os técnicos da Receita
não apresentaram propostas e se
limitaram a falar das dificuldades
da correção para o Orçamento da
União. Isso porque as compensações estudadas, como o aumento
da alíquota máxima da tabela de
27,5% para 30%, só podem ser
adotadas em 2005.
Ontem, a Comissão de Finanças
e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou mais um projeto que prevê a correção da tabela.
Ela teria um aumento inicial em
2006 para repor a inflação acumulada desde 1996 e a partir daí seria
reajustada anualmente.
O projeto está tramitando em
regime de urgência e é de autoria
do então deputado Ricardo Berzoini, hoje ministro do Trabalho.
O relator do projeto, deputado
Paulo Afonso (PMDB-SC), disse
que a correção da tabela e das deduções não podem ser consideradas "renúncias tributárias". Assim, não indicou formas de compensar as perdas com a mudança.
Texto Anterior: Conheça a metodologia da pesquisa Próximo Texto: Mercado financeiro: Manutenção de juro deve agitar mercado Índice
|