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MERCADO FINANCEIRO
Grande parte dos investidores esperava que Copom reduziria taxa básica de juros; risco cai 2,1%
Manutenção de juro deve agitar mercado
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro deve ter
um dia agitado hoje, como reflexo
da decisão do Copom em manter
a taxa básica de juros inalterada
em 16% anuais.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os contratos DI
-que acompanham o sobe-e-desce dos juros- pouco oscilaram ontem à espera da decisão,
que saiu apenas depois de o mercado financeiro haver fechado.
A taxa do contrato DI de prazo
mais curto encerrou ontem a
15,60%. A taxa embutia a expectativa de um corte de 0,25 ponto
percentual na Selic (taxa básica).
Para o fim do ano, o mercado já
trabalha com a possibilidade de a
taxa básica de juros voltar a ser
elevada. O contrato DI mais negociado, que tem prazo de resgate
em janeiro de 2005, fechou ontem
com taxa de 17,05% ao ano.
A Bovespa deve repercutir negativamente a decisão. Para o
mercado acionário, juros mais
baixos representariam um estímulo extra aos negócios. Se os juros recuam, as aplicações que
acompanham as taxas tendem a
perder interesse.
Nos negócios de ontem, o petróleo voltou a subir pela tarde,
movimento que teve resposta negativa do mercado. A Bolsa, que
chegou a subir mais de 3% pela
manhã, fechou com alta de apenas 0,7%. O dólar fechou praticamente estável, a R$ 3,134, depois
de recuar 1,3% no início da tarde.
De manhã, o petróleo chegou a
cair e deu uma trégua aos temores
do mercado, com a sucessão de
níveis recordes alcançados pelo
preço do barril do produto. A informação de que o aumento dos
estoques de gasolina nos EUA ficou abaixo do esperado não agradou aos investidores. Pela tarde, o
petróleo voltou a subir.
O risco-país, depois de chegar a
675 pontos, encerrou o dia em 697
pontos, em baixa de 2,1%.
Nesse cenário, a Bolsa paulista
não tem conseguido sair do vermelho no mês. No acumulado de
maio, as perdas da Bovespa estão
em 4,69%. No ano, a desvalorização é muito mais expressiva, ficando em 15,96%.
Para os investidores, ter calma
neste momento é difícil. Os fundos de ações acumulam captação
líquida (diferença entre resgates e
aplicações) negativa de R$ 760,3
milhões neste mês, até o dia 14. Os
dados são da Anbid. No ano, os
fundos de ações registram captação negativa de R$ 1,5 bilhão.
(FABRICIO VIEIRA)
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