São Paulo, quinta-feira, 20 de maio de 2004

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Restrições preocupam o governo Kirchner

DE BUENOS AIRES

Os importadores de soja da China também estão cancelando contratos de compra com a Argentina, a exemplo do que tem ocorrido com o Brasil. O governo do presidente Néstor Kirchner está preocupado com a queda nas exportações do commodity para a China e já estima perdas fiscais de cerca de 600 milhões de pesos (valor equivalente em reais).
De acordo com o economista Ricardo Baccarín, da consultoria Panagrícola, hoje haverá uma reunião em Pequim entre compradores e vendedores de soja para resolver o problema.
A estimativa é que a receita com exportação de soja diminua 2,2 bilhões de pesos, se o preço da soja, que já desvalorizou 21% este ano, continuar caindo. "A Argentina é muito dependente das exportações de soja. A redução nos volumes de importação naquele país é preocupante e pode ser uma tendência", disse Baccarín.
A Argentina é o terceiro maior exportador mundial de soja, atrás dos EUA e do Brasil. O país embarcou cerca de 9 milhões de toneladas do produto em 2003, dos quais 6 milhões eram destinados aos portos chineses. Considerando todo o complexo soja, que inclui além do grão, farelo e óleo, 55% das exportações da Argentina são baseadas nesses produtos.
A Argentina passou a taxar em 23% as exportações de produtos agroindustriais desde que desvalorizou a moeda em 2002. A partir de então, os impostos de exportação passaram a compor boa parte da arrecadação. Segundo Baccarín, a alta do petróleo também está influindo nos embarques de soja para a China. "Os bancos chineses estão diminuindo financiamento de importações que resultem em fretes muito caros", disse.


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