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Restrições preocupam
o governo Kirchner
DE BUENOS AIRES
Os importadores de soja da
China também estão cancelando
contratos de compra com a Argentina, a exemplo do que tem
ocorrido com o Brasil. O governo
do presidente Néstor Kirchner está preocupado com a queda nas
exportações do commodity para a
China e já estima perdas fiscais de
cerca de 600 milhões de pesos (valor equivalente em reais).
De acordo com o economista
Ricardo Baccarín, da consultoria
Panagrícola, hoje haverá uma
reunião em Pequim entre compradores e vendedores de soja para resolver o problema.
A estimativa é que a receita com
exportação de soja diminua 2,2
bilhões de pesos, se o preço da soja, que já desvalorizou 21% este
ano, continuar caindo. "A Argentina é muito dependente das exportações de soja. A redução nos
volumes de importação naquele
país é preocupante e pode ser
uma tendência", disse Baccarín.
A Argentina é o terceiro maior
exportador mundial de soja, atrás
dos EUA e do Brasil. O país embarcou cerca de 9 milhões de toneladas do produto em 2003, dos
quais 6 milhões eram destinados
aos portos chineses. Considerando todo o complexo soja, que inclui além do grão, farelo e óleo,
55% das exportações da Argentina são baseadas nesses produtos.
A Argentina passou a taxar em
23% as exportações de produtos
agroindustriais desde que desvalorizou a moeda em 2002. A partir
de então, os impostos de exportação passaram a compor boa parte
da arrecadação. Segundo Baccarín, a alta do petróleo também está influindo nos embarques de soja para a China. "Os bancos chineses estão diminuindo financiamento de importações que resultem em fretes muito caros", disse.
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