São Paulo, quinta-feira, 20 de maio de 2004

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TANGO

Mas abril já reflete crise energética

PIB argentino cresce 10,5% no 1º trimestre

CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES

A economia argentina cresceu 10,5% no primeiro trimestre deste ano com relação aos três primeiros meses de 2003. O resultado demonstra que a atividade econômica nesse período retornou aos níveis de antes da desvalorização do peso e da moratória da dívida argentina, em 2001.
No entanto, os dados não incluem as perdas que a indústria já começou a sofrer por causa da crise energética. Em abril, a atividade industrial sofreu queda de 3,9% com relação a março.
As indústrias começaram a ter o fornecimento de gás e energia cortado em abril. Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censo (Indec) da Argentina, o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) de abril deverá ser influenciado pela menor atividade industrial. O PIB vinha crescendo constantemente desde janeiro, quando a economia teve expansão de 9,2% em relação ao mesmo mês de 2003. Em fevereiro, foi de 10,1%, e em março, de 11,9%.
Apesar de o país ter recuperado os níveis de atividade econômica pré-desvalorização, os índices ainda estão 10% abaixo do pico de expansão da economia registrado em maio de 98, segundo o Indec.
O ministro da Economia, Roberto Lavagna, já admitiu que o PIB terá crescimento menor do que o previsto neste ano por causa da falta de energia. As previsões eram de expansão entre 6% e 7%. Segundo Lavagna, o crescimento não deverá ultrapassar 5,5%.
O orçamento para 2004 foi feito com base em um crescimento de 4%, conforme acertado com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Por causa do reaquecimento econômico, a arrecadação argentina cresceu 32% no primeiro quadrimestre. O governo estima um superávit de 7,8 bilhões de pesos (cerca de R$ 8 bilhões) neste ano. Ontem, Lavagna disse que o governo pretende gastar 2 bilhões com a crise de energia e aumentar os gastos sociais, além de destinar parte do superávit ao pagamento da dívida em "default".


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