São Paulo, domingo, 20 de maio de 2007

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Mercado Aberto

@- guilherme.barros@uol.com.br

Rentabilidade de bancos cai com queda do juro

A queda dos juros já começa a fazer efeito sobre os balanços dos bancos. A rentabilidade dos maiores bancos do país caiu no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo estudo da Austin Rating, a rentabilidade caiu de 30,6% em 2006 para 25,9% neste ano.
O trabalho da Austin Rating levou em conta os balanços já publicados por nove instituições financeiras. A maior queda de rentabilidade foi do Banco do Brasil, que registrou uma redução de 48,8% para 26%. Dos nove bancos, apenas quatro registraram aumento.
A rentabilidade foi medida com base no resultado líquido dividido pelo patrimônio líquido em taxa anualizada.
Segundo Erivelto Rodrigues, da Austin Rating, essa queda da rentabilidade se deve basicamente à queda da taxa básica de juros, a Selic. No primeiro trimestre do ano passado, a média da Selic foi de 16,5%; e, agora, caiu para 12,75%. Em função dessa baixa, a carteira dos bancos também registrou uma remuneração menor.
Para compensar essa perda, os bancos terão de apostar no aumento da concessão de crédito para ganhar escala e melhorar a eficiência. De acordo com Rodrigues, ao ter que aumentar a oferta de crédito,os bancos terão de se preocupar mais com a qualidade dos empréstimos, principalmente porque as maiores apostas terão de ser feitas nos segmentos de pessoas físicas e de pequenas e médias empresas.
São dois segmentos que têm potencial grande de crescimento, mas que representam um risco elevado. "Ao emprestar, os bancos terão de ser muito criteriosos e solicitar mais garantias", diz Rodrigues. "É cada vez mais importante que os bancos continuem melhorando de forma frenética a eficiência."
O problema é que as grandes empresas, aquelas que têm um risco menor de crédito, possuem outras alternativas para a captação de recursos.
Em vez dos empréstimos bancários, essas empresas podem abrir o capital, emitir ações, criar um fundo de investimento em direitos creditórios ou ainda recorrer ao capital externo, entre outras opções. São alternativas mais baratas do que os empréstimos bancários.
Nessa nova fase, Rodrigues diz que os bancos terão de baixar os "spreads" para atrair mais empresas interessadas em recorrer aos empréstimos. O governo, na sua opinião, poderia dar sua contribuição seja por meio da adoção do cadastro positivo ou com medidas que reduzam o peso da cunha fiscal e do compulsório sobre o "spread".

LAVANDERIA

A Unilever se prepara para as comemorações dos 50 anos de sua maior marca em faturamento no país. O Omo, criado em 1957, quando os consumidores usavam apenas sabão em barra, recebeu R$ 25 milhões de investimento para os festejos. Entre as ações que a empresa programou para comemorar estão a repaginação de embalagens, uma festa na praia de Copacabana, no Rio, concursos e premiações. "O investimento nesta data é relevante, a marca está em 32 milhões de residências", afirma Fábio Prado, vice-presidente de marketing da Unilever.

MAMADEIRA

A Nestlé inaugura, em junho, sua maior fábrica de fórmulas infantis -leites modificados para bebês- no mundo. Com investimento de R$ 120 milhões, ela terá a mais avançada tecnologia. A unidade, que será a 28ª fábrica da empresa no país, ficará em Araçatuba (SP). No Brasil, a empresa já tem uma fábrica de fórmulas infantis em Minas Gerais. Segundo Ivan Zurita, presidente da Nestlé, 40% da produção será voltada para exportação.

NO MERCADO
A Condere Participações (Condere PAR) chega ao mercado, no comando de Ruy Campos, ex-vice-presidente da Whirlpool para a América Latina, ao lado de Paulo Cury. O foco é a atuação como investidora e gestora em empresas parceiras.

CULTURAL
Ex-ministro britânico da Cultura, Mídia e Esportes, o lorde Chris Smith chega nesta semana ao Brasil a convite do British Council. Na quinta, ele fala na Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo sobre políticas e fundos públicos.

OLFATO
O grupo L'Oréal (Giorgio Armani, Ralph Lauren, Cacharel, Paloma Picasso, Guy Laroche e Viktor & Rolf) manteve a liderança no ranking de perfumes de luxo no Brasil no primeiro trimestre deste ano, segundo pesquisa do instituto Segmenta.

TECNOLOGIA
A Fundação Dom Cabral criou uma ramificação do Paex (Parceiros Para Excelência), parceria de médias empresas para trocar experiências em gestão e negócios, voltado para as empresas de base tecnológica. O Paex Tech oferecerá treinamento e aporte para pequenas e médias empresas que precisam de inovação, pesquisa e desenvolvimento. O primeiro grupo é de Santa Rita do Sapucaí (MG).

EXPANSÃO
O setor de leasing fechou 244,5 mil novos contratos, que totalizaram R$ 8,6 bilhões no primeiro trimestre. O índice é 50,8% maior do que o registrado no mesmo período do ano anterior, segundo a Abel (associação de empresas de leasing). Em março, o Valor Presente da Carteira também teve expansão e alcançou R$ 37,5 bilhões, alta de 56,7% ante o apresentado no mesmo mês de 2006, quando atingiu R$ 23,9 bilhões (veja ao lado performance da carteira).

TETO
A Caixa financiou, neste ano, mais de 26 mil unidades de habitação rural no Brasil. Para essa linha de crédito, os moradores receberão em subsídios do FGTS um total de R$ 192,527 milhões. A meta para o ano era financiar 28.210 unidades, mas, até o dia 16, já foi usado 94% do orçamento.

PROTESTOS
Em abril, foram apresentados no serviço central de protestos 201.641 títulos, contra 233.692 em março, segundo o Instituto de Protesto de Títulos de SP. Foram devolvidos como irregulares 21.111 títulos, que não puderam ser intimados.


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