|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Nova política pretende reduzir em 20% déficit do setor farmacêutico
Portaria do Ministério da Saúde modifica o modelo de compra de produtos
JANAINA LAGE
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
A nova política para o complexo industrial da saúde tem
como meta a redução em 20%
do déficit na balança comercial
do setor farmacêutico até 2013.
Em 2007, o setor registrou saldo negativo de US$ 5,5 bilhões.
O governo pretende reduzir o
valor para US$ 4,4 bilhões.
O vice-presidente da Fiocruz, Carlos Gadelha, afirma
que o país não tem um déficit
de produto, mas sim de inovação e conhecimento. "O déficit
se localiza em produtos relacionados a novos paradigmas tecnológicos, como produtos farmacêuticos mais sofisticados
tecnologicamente. A nova política não é de redução do déficit,
mas de enobrecimento competitivo da base nacional", disse.
O ministro da Saúde, José
Gomes Temporão, assinou ontem portaria interministerial
que modifica o formato das
compras do governo. A idéia é
que agora não se leve em conta
apenas o fator preço, mas também a qualidade dos serviços.
Ele citou como exemplo as
alterações no modelo de compras da Fiocruz. Inicialmente,
as compras eram baseadas apenas no preço e muitas vezes a
produção era afetada pela aquisição de matéria-prima de baixa qualidade. A Fiocruz passou
a contratar serviços por meio
de uma parceria com um conjunto de farmoquímicas brasileiras, que entregam produto
de qualidade e se comprometem a prestar serviços.
Essa é a forma que o governo
encontrou para estimular a
produção nacional por meio do
aumento das compras governamentais. De 2008 a 2011, o governo pretende gastar R$ 12 bilhões por ano com a compra de
medicamentos. É também uma
forma de lidar com as restrições previstas na Lei de Licitações (nº 8.666). Segundo o ministro, a lei precisa ser revista.
"Queremos estabelecer outra dinâmica de aquisições dentro do marco legal. Houve grande discussão dentro do governo
se a portaria não estaria atropelando algum processo, mas
houve consenso de que se trata
de uma sinalização política que
coloca a questão do poder de
compra como fator relevante."
Outra meta prevista na política é o desenvolvimento de
tecnologia para a produção local de 20 produtos estratégicos
para o SUS até 2013. O ministério publicou ontem uma lista
de medicamentos prioritários,
que inclui farmoquímicos, vacinas e soros, hemoderivados,
diagnósticos e equipamentos e
materiais de uso em saúde. A
idéia é que eles sejam prioritários também em financiamentos e medidas de estímulo.
O BNDES ampliou o Profarma (Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Cadeia Produtiva Farmacêutica), que conta com recursos de R$ 3 bilhões
até 2012. Além disso, o banco
poderá entrar em projetos de
desenvolvimento de novas drogas desde que eles sejam considerados prioritários.
Texto Anterior: Stephanes fala em nacionalizar jazidas Próximo Texto: Valorização da Bovespa neste mês já chega a 8,21% Índice
|