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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Juro não cai rápido com cadastro positivo
A adoção do cadastro positivo no Brasil não fará com que
os bancos baixem a taxa de juros imediatamente. Esse processo leva um tempo.
Primeiro, os bancos terão
que adequar seus sistemas, e
depois será preciso viver as primeiras experiências para o cadastro positivo começar a pegar junto às instituições financeiras.
A opinião é do ex-presidente
do Banco Central e sócio da
Tendências, Gustavo Loyola,
que considera positiva a adoção
do cadastro para a redução dos
"spreads" cobrados pelos bancos. O "spread" é a diferença
entre o custo de captação dos
recursos pelo banco e o juro cobrado do consumidor.
Para o economista, que comparou a discussão sobre o cadastro positivo no Congresso a
uma novela mexicana, a principal vantagem desse novo sistema será permitir que os bancos
-ou qualquer instituição que
concede crédito- identifiquem
melhor o tomador do empréstimo e, assim, possam baixar as
taxas de juros cobradas dessas
pessoas.
Agora, Loyola acha muito difícil prever de quanto será a
queda dos juros e em que velocidade. A experiência de outros
países, no entanto, permite
afirmar com certeza que os juros caem, mas não se sabe
quando e em que proporção.
De acordo com Loyola, não
será o cadastro positivo que irá
melhorar a inadimplência. O
novo sistema só melhora o grau
de informação que os bancos
possuem sobre os devedores,
mas isso não significa que o
problema da inadimplência esteja resolvido.
Os bancos têm dificuldades,
por exemplo, de recuperar
muitas garantias que são dadas
nos empréstimos bancários, e
esse é um fator que colabora
para a alta da inadimplência.
Loyola diz, no entanto, que a
Selic, a taxa básica de juros da
economia, deve continuar em
queda neste ano, e isso também
vai influenciar no "spread".
A previsão de Loyola é que a
Selic, que hoje está em 10,25%
ao ano, encerre 2009 entre 9%
e 9,25%.
REGIONAL
A chef Eliane Carvalho acaba de inaugurar em São Paulo o restaurante Babette, em um sobrado centenário nos
Jardins, que levou mais de um ano para ser reformado.
Antes de chegar a São Paulo, Carvalho, que se formou em
gastronomia pelo Le Cordon Bleu, em Paris, tocava o seu
antigo restaurante Chez Babette, francês com inspirações
regionais, em Cuiabá. Para o cardápio da nova casa, ela
afirma que vai trazer, de Mato Grosso, banana da terra,
farinha de mandioca e a carne de sol preparada artesanalmente pela sua mãe.
CRACHÁ
Desde o anúncio da fusão
entre Itaú e Unibanco, a nova instituição já havia começado suas ações para marcar
a união externamente, como
a integração de caixas eletrônicos e o processo de unificação das ações em Bolsas. O
processo interno começa
agora. A partir do dia 25, será
criado o novo endereço de e-mail dos funcionários, que
passarão a usar o "@itau-
unibanco.com.br". Em breve, eles receberão novos crachás e cartões de visita.
IRAQUE
O Brasil exportou US$
167,7 milhões ao Iraque no
primeiro quadrimestre do
ano. Mesmo com a crise, esse
foi o quarto melhor resultado das exportações ao país
desde 1990. A expectativa é
que as vendas aumentem a
partir de junho, quando começam os embarques de
açúcar, um dos itens mais
fortes da pauta de exportações brasileiras ao país.
TIJOLO
A redução do IPI não impactou o desempenho da indústria de materiais de construção no mês de abril, segundo a Abramat (Associação Brasileira da Indústria
de Materiais de Construção). As vendas no mercado
interno caíram 4,45% em relação a março. O motivo foi o
número de dias úteis reduzido em abril, segundo Melvyn
Fox, presidente da entidade,
e também a redução nas atividades das construtoras,
que ainda aguardavam detalhes do plano habitacional
anunciado pelo governo.
CIMENTO
No resultado acumulado
do primeiro quadrimestre
de 2009, segundo a Abramat,
houve queda de 16,4% em relação ao mesmo período de
2008. Nos últimos 12 meses,
houve um crescimento de
pouco mais de 3%.
PAREDE
O presidente da Abramat
diz que a entidade "vai continuar em negociação com o
governo para ampliar o prazo da desoneração do IPI e a
lista de materiais beneficiadas com alíquota zero".
ENERGÉTICO
A negociação final para
criar a Brasil Foods, fusão da
Perdigão com a Sadia, começou às 20h de domingo e só
terminou às 22h de segunda.
A papelada foi toda preparada no escritório do advogado
Francisco Costa e Silva, no
Itaim, em SP. Para ficarem
em pé, os participantes ingeriram muito energético (Red
Bull) e "junk food".
NA IMPRESSORA
Nildemar Secches e Luiz
Fernando Furlan só fizeram
uma parada técnica na segunda à noite para jantar no
Varanda Grill, mas logo depois voltaram para o escritório, a cem metros do restaurante. Nesse tempo, toda a
papelada foi impressa. Após
o último documento ter sido
assinado, os 40 participantes
comemoraram com champanhe.
CHÁ
Paulo Skaf (Fiesp) se reúne amanhã com Peter Mandelson, secretário de Negócios do Reino Unido, e, sexta,
com Martin Broughton, diretor-geral da Confederação
das Indústrias Britânicas,
em Londres. Skaf quer fazer
parcerias para transferência
de tecnologia britânica ao
Brasil em setores como biotecnologia e nanotecnologia.
TRIGO
Lawrence Pih, do Moinho
Pacífico, confirma que foi
procurado pela Bunge, há
cerca de um mês. A intenção
da multinacional era a de
comprar a sua empresa. A
conversa, porém, não prosperou. Pelo menos até agora.
HOMENAGEM
Nelson Sirotsky, presidente do grupo de comunicação
RBS, será homenageado pela
Mega Brasil Comunicação e
pelo grupo Telefônica com o
prêmio Personalidade da
Comunicação, dia 27, em SP.
DE PASSAGEM
Hubert Joly, presidente do grupo Carlson, veio ao Brasil pela primeira vez para conhecer as operações do grupo
no país. Em 2008, a unidade brasileira da empresa registrou o segundo maior índice de aumento em vendas
(24,5%), atrás só da China, onde o crescimento foi de
25%. A Carlson atua no segmento hoteleiro por meio de
aliança com a Atlantica Hotels International -que opera
as bandeiras do Radisson e Park Suítes- e no segmento
de viagens de negócio, com a Carlson Wagonlit Travel.
EUA só voltam a nível pré-crise após 2011, diz LCA
A economia americana deve sair da recessão ainda neste ano, mas sua recuperação
será em ritmo mais lento que
o esperado pelo mercado. Segundo análise da consultoria
LCA, o PIB dos Estados Unidos só deverá voltar ao nível
pré-crise na virada de 2011
para 2012.
"Ainda que a crise global
possa ser superada em prazo
não muito distante, persistem vetores capazes de tornar a recuperação da economia mundial um processo
lento e irregular."
Para a LCA, o ciclo de retração da economia americana será encerrado a partir do
terceiro trimestre deste ano.
Um dos indícios disso é a redução dos estoques indesejados, que deve estimular a
produção.
A escassez de crédito e a alta ociosidade das atividades
produtivas, no entanto, serão entraves para a retomada
de um crescimento vigoroso,
de acordo com a consultoria.
A perda da riqueza, o desemprego elevado e o alto nível de endividamento da população também devem inviabilizar uma recuperação
mais forte. Segundo a LCA,
esses problemas podem estimular a propensão da população a poupar uma parte
maior dos seus rendimentos.
Outro motivo que levou a
LCA a projetar uma recuperação mais lenta para a economia americana é que as
opções de medidas de estímulo fiscal e monetário já foram quase totalmente esgotadas pelas autoridades do país.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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