São Paulo, quarta-feira, 20 de maio de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Juro não cai rápido com cadastro positivo

A adoção do cadastro positivo no Brasil não fará com que os bancos baixem a taxa de juros imediatamente. Esse processo leva um tempo.
Primeiro, os bancos terão que adequar seus sistemas, e depois será preciso viver as primeiras experiências para o cadastro positivo começar a pegar junto às instituições financeiras.
A opinião é do ex-presidente do Banco Central e sócio da Tendências, Gustavo Loyola, que considera positiva a adoção do cadastro para a redução dos "spreads" cobrados pelos bancos. O "spread" é a diferença entre o custo de captação dos recursos pelo banco e o juro cobrado do consumidor.
Para o economista, que comparou a discussão sobre o cadastro positivo no Congresso a uma novela mexicana, a principal vantagem desse novo sistema será permitir que os bancos -ou qualquer instituição que concede crédito- identifiquem melhor o tomador do empréstimo e, assim, possam baixar as taxas de juros cobradas dessas pessoas.
Agora, Loyola acha muito difícil prever de quanto será a queda dos juros e em que velocidade. A experiência de outros países, no entanto, permite afirmar com certeza que os juros caem, mas não se sabe quando e em que proporção.
De acordo com Loyola, não será o cadastro positivo que irá melhorar a inadimplência. O novo sistema só melhora o grau de informação que os bancos possuem sobre os devedores, mas isso não significa que o problema da inadimplência esteja resolvido.
Os bancos têm dificuldades, por exemplo, de recuperar muitas garantias que são dadas nos empréstimos bancários, e esse é um fator que colabora para a alta da inadimplência.
Loyola diz, no entanto, que a Selic, a taxa básica de juros da economia, deve continuar em queda neste ano, e isso também vai influenciar no "spread".
A previsão de Loyola é que a Selic, que hoje está em 10,25% ao ano, encerre 2009 entre 9% e 9,25%.

REGIONAL

A chef Eliane Carvalho acaba de inaugurar em São Paulo o restaurante Babette, em um sobrado centenário nos Jardins, que levou mais de um ano para ser reformado. Antes de chegar a São Paulo, Carvalho, que se formou em gastronomia pelo Le Cordon Bleu, em Paris, tocava o seu antigo restaurante Chez Babette, francês com inspirações regionais, em Cuiabá. Para o cardápio da nova casa, ela afirma que vai trazer, de Mato Grosso, banana da terra, farinha de mandioca e a carne de sol preparada artesanalmente pela sua mãe.

CRACHÁ
Desde o anúncio da fusão entre Itaú e Unibanco, a nova instituição já havia começado suas ações para marcar a união externamente, como a integração de caixas eletrônicos e o processo de unificação das ações em Bolsas. O processo interno começa agora. A partir do dia 25, será criado o novo endereço de e-mail dos funcionários, que passarão a usar o "@itau- unibanco.com.br". Em breve, eles receberão novos crachás e cartões de visita.

IRAQUE
O Brasil exportou US$ 167,7 milhões ao Iraque no primeiro quadrimestre do ano. Mesmo com a crise, esse foi o quarto melhor resultado das exportações ao país desde 1990. A expectativa é que as vendas aumentem a partir de junho, quando começam os embarques de açúcar, um dos itens mais fortes da pauta de exportações brasileiras ao país.

TIJOLO
A redução do IPI não impactou o desempenho da indústria de materiais de construção no mês de abril, segundo a Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção). As vendas no mercado interno caíram 4,45% em relação a março. O motivo foi o número de dias úteis reduzido em abril, segundo Melvyn Fox, presidente da entidade, e também a redução nas atividades das construtoras, que ainda aguardavam detalhes do plano habitacional anunciado pelo governo.

CIMENTO
No resultado acumulado do primeiro quadrimestre de 2009, segundo a Abramat, houve queda de 16,4% em relação ao mesmo período de 2008. Nos últimos 12 meses, houve um crescimento de pouco mais de 3%.

PAREDE
O presidente da Abramat diz que a entidade "vai continuar em negociação com o governo para ampliar o prazo da desoneração do IPI e a lista de materiais beneficiadas com alíquota zero".

ENERGÉTICO
A negociação final para criar a Brasil Foods, fusão da Perdigão com a Sadia, começou às 20h de domingo e só terminou às 22h de segunda. A papelada foi toda preparada no escritório do advogado Francisco Costa e Silva, no Itaim, em SP. Para ficarem em pé, os participantes ingeriram muito energético (Red Bull) e "junk food".

NA IMPRESSORA
Nildemar Secches e Luiz Fernando Furlan só fizeram uma parada técnica na segunda à noite para jantar no Varanda Grill, mas logo depois voltaram para o escritório, a cem metros do restaurante. Nesse tempo, toda a papelada foi impressa. Após o último documento ter sido assinado, os 40 participantes comemoraram com champanhe.

CHÁ
Paulo Skaf (Fiesp) se reúne amanhã com Peter Mandelson, secretário de Negócios do Reino Unido, e, sexta, com Martin Broughton, diretor-geral da Confederação das Indústrias Britânicas, em Londres. Skaf quer fazer parcerias para transferência de tecnologia britânica ao Brasil em setores como biotecnologia e nanotecnologia.

TRIGO
Lawrence Pih, do Moinho Pacífico, confirma que foi procurado pela Bunge, há cerca de um mês. A intenção da multinacional era a de comprar a sua empresa. A conversa, porém, não prosperou. Pelo menos até agora.

HOMENAGEM
Nelson Sirotsky, presidente do grupo de comunicação RBS, será homenageado pela Mega Brasil Comunicação e pelo grupo Telefônica com o prêmio Personalidade da Comunicação, dia 27, em SP.

DE PASSAGEM

Hubert Joly, presidente do grupo Carlson, veio ao Brasil pela primeira vez para conhecer as operações do grupo no país. Em 2008, a unidade brasileira da empresa registrou o segundo maior índice de aumento em vendas (24,5%), atrás só da China, onde o crescimento foi de 25%. A Carlson atua no segmento hoteleiro por meio de aliança com a Atlantica Hotels International -que opera as bandeiras do Radisson e Park Suítes- e no segmento de viagens de negócio, com a Carlson Wagonlit Travel.

EUA só voltam a nível pré-crise após 2011, diz LCA

A economia americana deve sair da recessão ainda neste ano, mas sua recuperação será em ritmo mais lento que o esperado pelo mercado. Segundo análise da consultoria LCA, o PIB dos Estados Unidos só deverá voltar ao nível pré-crise na virada de 2011 para 2012.
"Ainda que a crise global possa ser superada em prazo não muito distante, persistem vetores capazes de tornar a recuperação da economia mundial um processo lento e irregular."
Para a LCA, o ciclo de retração da economia americana será encerrado a partir do terceiro trimestre deste ano. Um dos indícios disso é a redução dos estoques indesejados, que deve estimular a produção.
A escassez de crédito e a alta ociosidade das atividades produtivas, no entanto, serão entraves para a retomada de um crescimento vigoroso, de acordo com a consultoria.
A perda da riqueza, o desemprego elevado e o alto nível de endividamento da população também devem inviabilizar uma recuperação mais forte. Segundo a LCA, esses problemas podem estimular a propensão da população a poupar uma parte maior dos seus rendimentos.
Outro motivo que levou a LCA a projetar uma recuperação mais lenta para a economia americana é que as opções de medidas de estímulo fiscal e monetário já foram quase totalmente esgotadas pelas autoridades do país.


com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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