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Fundo de pensão do BB atuou para a união
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Uma das mentoras da estratégia de unir as gigantes Perdigão e Sadia numa só empresa, a
Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) está presente
atualmente no capital de um
grande número de empresas líderes em seus setores.
E em parte delas participa
ativamente da gestão das companhias, como Vale, CPFL
Energia, Oi (resultante da fusão
com a BrT) e agora na recém-criada BRF (Brasil Foods).
A Previ, apurou a Folha, estava numa situação desconfortável na Sadia. Tinha 7,3% no
capital, mas não tinha presença
no bloco de controle.
O fundo viu na crise que abateu a Sadia -combalida pelas
aplicações em derivativos que
geraram prejuízo bilionário-
uma oportunidade de estar no
comando de uma nova megaempresa do setor de alimentos resultante da fusão. Isso
porque na Perdigão o fundo já
era um dos controladores, com
14,1% do capital total.
Foi uma lógica parecida que
moveu a Previ em costurar
acordo com os sócios privados
da Oi e da Brasil Telecom, o
BNDES e os demais fundos de
pensão que tinham participação nas empresas -Petros e
Funcef. Após a fusão, os fundos
de pensão e o BNDES ficaram
com 49,9% da nova empresa e
participam das decisões.
Um especialista que preferiu
o anonimato diz que a Previ,
em alguns casos, mantém ou
faz determinados investimentos para atender a interesses do
governo. Ele cita o próprio caso
da Oi, já que era vontade declarada do governo manter sob o
controle nacional uma tele e
fortalecê-la diante de uma possível ameaça de aquisição por
um grupo estrangeiro.
De um certo modo, diz, também é o caso da Vale, na qual a
Previ é a maior acionista, indica o presidente do conselho e
influencia algumas decisões estratégicas da empresa.
Não que as empresas não sejam bons investimentos para o
fundo, diz o especialista, mas
muitas vezes a Previ poderia
diversificar mais seu portfólio
e reduzir a participação em algumas empresas -desse modo,
o risco também é menor.
Procurada, a Previ informou
que nenhum diretor estava disponível nem respondeu aos
questionamentos da reportagem enviados por e-mail.
Colaborou DENISE MENCHEN , da Sucursal do Rio
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