|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crise precipita onda de fusões e aquisições
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise econômica internacional está acelerando o processo de concentração de mercado em alguns setores da economia, como a fusão entre Sadia e Perdigão demonstra.
"Crises sempre são momentos de revisão de estratégias.
Eventualmente, surgem grandes oportunidades", explica
Luca Borroni, professor do Insper (ex-Ibmec SP). "Empresas
que estão com o caixa abastecido podem querer sair às compras. Já as que se encontram
fragilizadas e perdendo espaço
ficam pressionadas."
Esse foi exatamente o caso da
Sadia: as operações com derivativos cambiais realizadas pela
companhia -que a protegiam
de uma desvalorização do dólar, mas lhe impingiram perdas
de R$ 2,6 bilhões quando a
moeda americana disparou, no
segundo semestre do ano passado- a enfraqueceram a tal
ponto que a união com a Perdigão pareceu inevitável.
Por situação semelhante passou a Aracruz, vendida para a
VCP (Votorantim Celulose e
Papel) no final de janeiro. Outro exemplo recente é a compra, pelo grupo Cosan, em março, da endividada usina de açúcar e álcool Nova América.
Razões diferentes sobre o
mesmo pano de fundo explicam a aquisição da rede de distribuição de combustíveis da
Texaco pelo Ultra, em agosto
do ano passado, e a fusão do
Itaú com o Unibanco.
"As empresas sempre buscam a forma de atuação mais
viável, e comprar concorrentes
é um caminho para ampliarem
a sua atuação com redução de
custos pela sinergia de operações. Em alguns setores, a competição está tão acirrada que ou
a corporação é consolidadora
ou é potencial consolidada", diz
Borroni. Na sua avaliação, para
que o consumidor não seja lesado nesse movimento, a vigilância dos órgãos públicos, como o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica),
é fundamental.
(DENYSE GODOY)
Texto Anterior: Confederação teme fechamento de pequenas indústrias do setor Próximo Texto: Emprego recuará ao nível de 2007, afirma Meirelles Índice
|