São Paulo, Quinta-feira, 20 de Maio de 1999
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Para analistas, investidores estão mais desconfiados

de Buenos Aires

Aumentou a desconfiança do investidor externo na capacidade de o governo argentino manter a conversibilidade, que atrelou o peso ao dólar desde 1991.
O comentário é de analistas consultados pela Folha. Nenhum, no entanto, diz acreditar que o governo de Carlos Menem desvalorizará o peso, que está cotado a US$ 1 por força da Constituição.
Segundo Luiz Pretti, diretor-executivo do Bozano, Simonsen, seria difícil um ataque bem-sucedido contra o peso neste momento. As reservas em dólar são cerca de US$ 2 bilhões superiores aos pesos em circulação, estima Pretti.
Isso significa que, se todos quisessem trocar seus pesos por dólares, o Banco Central da Argentina poderia fazer frente à demanda.
Mas os investidores externos não estão olhando apenas para as reservas para saber se o plano econômico argentino é sustentável.
Segundo Luis Secco, do Instituto Broda, o mercado está preocupado com o comportamento da dívida pública. No final de 98, a dívida estava em 38,7% do PIB (riquezas produzidas pelo país em um ano). Secco estima que essa relação deve ficar em 42,8% até o final do ano.
Segundo os investidores, em ano de eleições o governo não conseguirá reduzir os gastos, por questões políticas, diz Carlos Korcarz,da Cima Investments.
Um aumento contínuo da dívida faz com que os investidores desconfiem da capacidade de pagamento do governo.
"A desvalorização funcionou no Brasil, mas seria um desastre na Argentina", diz Secco. (AS)




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