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Para analistas, investidores estão mais desconfiados
de Buenos Aires
Aumentou a desconfiança do investidor externo na capacidade de
o governo argentino manter a conversibilidade, que atrelou o peso
ao dólar desde 1991.
O comentário é de analistas consultados pela Folha. Nenhum, no
entanto, diz acreditar que o governo de Carlos Menem desvalorizará
o peso, que está cotado a US$ 1 por
força da Constituição.
Segundo Luiz Pretti, diretor-executivo do Bozano, Simonsen, seria
difícil um ataque bem-sucedido
contra o peso neste momento. As
reservas em dólar são cerca de US$
2 bilhões superiores aos pesos em
circulação, estima Pretti.
Isso significa que, se todos quisessem trocar seus pesos por dólares, o Banco Central da Argentina
poderia fazer frente à demanda.
Mas os investidores externos não
estão olhando apenas para as reservas para saber se o plano econômico argentino é sustentável.
Segundo Luis Secco, do Instituto
Broda, o mercado está preocupado
com o comportamento da dívida
pública. No final de 98, a dívida estava em 38,7% do PIB (riquezas
produzidas pelo país em um ano).
Secco estima que essa relação deve
ficar em 42,8% até o final do ano.
Segundo os investidores, em ano
de eleições o governo não conseguirá reduzir os gastos, por questões políticas, diz Carlos Korcarz,da Cima Investments.
Um aumento contínuo da dívida
faz com que os investidores desconfiem da capacidade de pagamento do governo.
"A desvalorização funcionou no
Brasil, mas seria um desastre na
Argentina", diz Secco.
(AS)
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