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CONSTRUÇÃO
Valor equivale às garantias da empresa; diferença sobre os créditos é de R$ 152 mi
BB espera receber R$ 172 mi da Encol
FERNANDO GODINHO
da Sucursal de Brasília
A diferença entre os créditos do
Banco do Brasil com a construtora
Encol e as garantias apresentadas
pela empresa nas operações é de
R$ 152,575 milhões.
Os créditos de R$ 324,585 milhões e as garantias de R$ 172,01
milhões foram habilitados nesta
semana pelo BB na Justiça de
Goiás, que decretou a falência da
construtora em fevereiro passado.
O gerente-executivo da área de
recuperação de créditos do BB,
Mário Wilson Pena Costa, disse à
Folha que o banco espera receber
da massa falida da construtora um
valor correspondente ao das garantias. "O ressarcimento dos créditos concedidos à Encol está no
nível das garantias", disse.
As operações do BB com a Encol
entre janeiro de 1995 e abril deste
ano serão investigadas pela CPI
dos Bancos.
Em janeiro de 1995, a dívida da
construtora com o banco estava
calculada em R$ 89,985 milhões.
Em valores atualizados pelo IGP-M (sem considerar as multas por
inadimplência e os demais custos
das operações), essa dívida chegou
a R$ 134,156 milhões.
Na CPI, o BB vai informar que
recuperou 35,18% desse total (ou
R$ 47,2 milhões) nos últimos quatro anos. Essa será a principal linha de defesa do BB na CPI, conforme apurou a Folha.
Os documentos enviados pelo
BB à CPI somam seis volumes e incluem cópias de todos os contratos
de crédito, as análises financeiras
feitas pelo banco e a quebra do sigilo bancário da construtora.
Pena Costa disse que a diferença
entre os créditos de R$ 324,585 milhões (que incluem multas por inadimplência e outros custos operacionais) e as garantias de R$ 172,01
milhões se deve ao fato de essas garantias não terem se valorizado na
mesma proporção do volume de
dinheiro emprestado.
As garantias da Encol apresentadas pelo BB reúnem imóveis em
Brasília, Rio de Janeiro, Juiz de Fora (MG), Niterói (RJ) e em Tocantins, o parque industrial da empresa Noroeste (também em Tocantins) e o patrimônio particular dos
ex-controladores da Encol -além
de máquinas e equipamentos que
pertenciam à construtora.
"Ninguém vai à CPI provar que
não aconteceram falhas operacionais nos empréstimos à Encol. Elas
existiram, e as pessoas responsáveis já foram punidas", disse o gerente-executivo da área de recuperação de créditos do BB.
Apesar da expectativa de receber
de volta o valor correspondente às
garantias, o BB ainda não sabe qual
será a disponibilidade de recursos
determinada pela massa falida da
construtora para o pagamento dos
empréstimos concedidos.
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