São Paulo, Quinta-feira, 20 de Maio de 1999
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COMÉRCIO
Funcionários e sindicatos de comerciários pressionam governo a liberar empréstimo-ponte de R$ 102 milhões
Sindicatos reforçam o apoio ao Mappin

MAURICIO ESPOSITO
da Reportagem Local

Uma comissão de funcionários do Mappin e da Mesbla, formada majoritariamente por gerentes, e sindicatos de comerciários vão pressionar o governo para liberar o empréstimo-ponte de salvamento das duas redes varejistas.
O empréstimo, de R$ 102 milhões, faz parte da estratégia da empresa para revitalizar financeiramente as redes varejistas.
A comissão já conta com o apoio dos sindicatos da categoria de São Paulo, Rio de Janeiro e Santo André (ABC paulista), que tentarão marcar audiência com os ministros Francisco Dornelles (Trabalho) e Celso Lafer (Desenvolvimento) na próxima semana.
O argumento a ser usado pela comissão e pelos sindicalistas é o do desemprego. Sem os R$ 102 milhões de empréstimo-ponte, os cerca de 9.000 empregos existentes nas redes Mappin e Mesbla estarão ameaçados, afirmam.
A comissão diz que é independente da atual direção das empresas, comandada por José Paulo do Amaral, mas não esconde que tem total apoio do executivo.
Segundo o porta-voz da comissão, Abramo Nicola Battilana, que é assessor da área de recursos humanos do Mappin, os funcionários foram avisados por Amaral da tentativa da empresa de obter o empréstimo de R$ 102 milhões de seis fontes. Cada uma faria um aporte de R$ 17 milhões.
Duas delas, Bradesco e GE Capital, já teriam aceitado dar a sua parte, caso as outras também participem, disseram os funcionários.
As demais, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Fundação Centrus (fundo de pensão do Banco Central), Banco do Brasil e Funcef (fundo de pensão da Caixa Econômica Federal), todas ligadas ao governo, ainda não aceitaram.
O Sindicato dos Comerciários de São Paulo, apesar do apoio ao pedido de recursos, quer que parte do dinheiro seja destinada ao pagamento de passivos trabalhistas.
A comissão de funcionários não concorda e entende que o empréstimo tem que ser usado integralmente para capital de giro.
Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, que também é dirigente da Força Sindical, 600 funcionários do Mappin foram demitidos desde o início da crise financeira das redes -450 só em maio. A dívida total das empresas chega a R$ 1,1 bilhão, afirmou.
Esse último lote de demitidos, segundo Patah, não recebeu as verbas rescisórias. "A empresa não recolhe o FGTS desde dezembro passado e não repassa a contribuição previdenciária ao INSS há um ano", disse o sindicalista.


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