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MERCADO FINANCEIRO
Rumores derrubam títulos brasileiros
da Reportagem Local
Os C-Bonds, títulos brasileiros
mais comercializados no exterior,
tiveram queda de 2,71% em seu
valor de face ontem, devido a uma
crise de credibilidade que afetou
os papéis de países emergentes.
Os papéis brasileiros fecharam o
dia cotados em 65% de seu valor
de face. Quanto maior o deságio,
menor a confiança de que o governo irá honrar o compromisso no
vencimento dos títulos.
Os rumores de que a Argentina
poderia promover o fim da paridade entre o peso (moeda local) e
o dólar (moeda norte-americana)
foram responsáveis, em parte, pela crise de ontem.
Os "global bonds" (títulos globais) argentinos, com vencimento
em 2017, caíram 3,5 pontos percentuais, sendo negociados a
90,75% do valor de face.
Os boatos nasceram de uma entrevista do ex-ministro da Economia argentina, Domingos Cavallo,
ao jornal britânico "Financial Times". Na publicação, ele disse
que o governo poderia acabar com
a convertibilidade obrigatória entre peso e dólar.
A repercussão da notícia ganhou
força depois do anúncio, ontem,
de que duas empresas argentinas
(SuperCanal e Central Elétrica
Guemes) iriam decretar moratória
em seus compromissos com instituições externas.
Como a Argentina está tendo dificuldades em ajustar suas contas
(a desvalorização do real enfraqueceu a balança comercial argentina), os rumores ficaram mais intensos.
O índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, refletiu o
nervosismo do mercado e fechou
o pregão em queda de 4,29%.
Devido à proximidade entre as
duas economias e com medo de
que uma crise argentina abalasse a
credibilidade da recuperação econômica brasileira, a Bolsa de Valores de São Paulo reverteu as expectativas e registrou queda de 1,21%.
Os operadores esperavam que a
Bolsa trabalhasse em alta, graças
ao ambiente positivo causado pela
espera da queda nos juros -que
poderia ser menor por causa dos
problemas com os títulos.
Se os investidores perderem a
confiança nos C-Bonds podem requerer um juro maior como atrativo. A rentabilidade média dos títulos, hoje, é de 13% ao ano.
Quanto maior a rentabilidade dos
"bonds", menor a possibilidade
de caírem os juros de mercado no
Brasil.
(MARCELO DIEGO)
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