São Paulo, quarta-feira, 20 de junho de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PREVIDÊNCIA

Entidade encabeça lista dos maiores rombos

Fundo da Petrobras tem falta de reservas de R$ 4 bilhões, diz SPC

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Petros -fundo de pensão dos funcionários da Petrobras e o terceiro maior do país no ranking de ativos- encabeça a lista das 86 entidades com insuficiência de reservas para pagar aposentadorias, pensões e benefícios a serem concedidos no futuro.
A lista deverá ser divulgada pelo Ministério da Previdência Social nos próximos dias. A Folha apurou que a Petros lidera a relação preparada pela SPC (Secretaria de Previdência Complementar, órgão do Ministério da Previdência Social) por apresentar insuficiência de reservas estimada em R$ 4 bilhões.
A Petros confirmou que aparece na lista preliminar elaborada pela secretaria. Segundo a assessoria de imprensa da entidade, no dia 8 de maio a Petros recebeu notificação da SPC informando que haviam sido encontrados problemas atuariais na entidade para honrar o pagamento de benefícios.
Isso aconteceu cinco dias depois de a secretaria divulgar a existência da lista dos 86 fundos. O nome dos fundos foi preservado porque a SPC ainda notificaria as entidades e esperaria confirmação dos dados.
Em 16 de maio, a Petros enviou ofício à secretaria pedindo detalhamento sobre a que tipo de problema a SPC se referia.
Em 1º deste mês, de acordo com a Petros, a resposta da secretaria chegou. Ontem, a entidade enviou mais informações ao ministério.

Exclusão da lista
A partir desses novos dados, argumenta a Petros, a entidade deverá ser excluída da lista dos 86 fundos. O Ministério da Previdência Social, entretanto, informou que a lista já está fechada.
Na estimativa inicial da SPC, a insuficiência de reservas acumulada por essas entidades chegava a R$ 15,4 bilhões.
A Petros esclarece que os R$ 4 bilhões apontados como déficit atuarial são referentes a uma dívida que a Petrobras tem com o fundo. Esse valor, de acordo com a entidade, já consta do balanço da estatal e deverá ser quitado no curto prazo.
O acerto da dívida estaria previsto em um convênio firmado entre a patrocinadora e o fundo em 1996, que prevê o pagamento em até 25 anos. A SPC quer, entretanto, que essa garantia seja formalizada em um contrato.
Hoje, o ministro da Previdência, Roberto Brant, retorna ao ministério depois de viagem ao exterior e decide quando a relação das entidades será apresentada à imprensa.
Brant está sendo pressionado pelos fundos a não divulgar a lista com os nomes dos fundos que têm problemas financeiros.



Texto Anterior: Teles: Cade retoma hoje batalha Globo-DirectTV
Próximo Texto: Panorâmica - Expurgos: Votação do FGTS pode terminar ainda hoje
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.