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O VÔO DA ÁGUIA
Índice sugere que país começa a crescer de maneira sustentada; analistas já não têm certeza de queda no juro
EUA dão mais sinais de retomada econômica
DA REDAÇÃO
Às vésperas de uma aguardada
reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve (banco
central dos Estados Unidos), a
economia norte-americana começa a dar sinais mais evidentes
de estabilização e de que ensaia
uma retomada.
Ainda assim, os números não
foram suficientes para evitar que
as Bolsas fechassem em queda.
O índice dos "leading indicators" (que apontam o futuro comportamento da economia), calculado pelo instituto Conference
Board, registrou avanço de 1% no
mês passado.
Trata-se do maior ganho desde
dezembro de 2001. Em abril, o índice havia ficado praticamente estável, com alta de 0,1%.
Ken Goldstein, economista-chefe do Conference Board, afirmou que o índice "finalmente
aponta para uma recuperação" da
economia norte-americana. "Mas
os riscos presentes nos cinco primeiros meses do ano não desapareceram completamente. O principal deles é a falta de confiança
empresarial."
O instituto, cuja sede fica em
Nova York, informou que houve
avanço em oito dos dez indicadores que compõem o índice. Melhoraram, por exemplo, os preços
das ações e queda no número de
pedidos de seguro-desemprego.
Com a recuperação, o índice
dos "leading indicators" está agora em 116,2 pontos. O ano de referência é 1996, quando foi fixado
em 100 pontos.
Em outra boa notícia, a atividade nas indústrias da região do
Meio-Atlântico registrou crescimento neste mês. É o primeiro
avanço desde fevereiro.
"Ainda precisamos de alguns
meses para saber se a economia
está crescendo de maneira sustentável", relativizou Patrick Fearon,
economista da corretora AG Edwards. "Ainda é um pouco cedo
para estourar o champanhe."
Mas David Wyss, economista
da Standard & Poor's em Nova
York, disse que a recuperação no
índice do Conference Board é um
claro sinal de que a situação começa a melhorar. "Estamos dobrando a esquina, mas o caminho
tem se mostrado bem comprido."
Em um terceiro dado positivo,
os pedidos de seguro-desemprego caíram na semana passada, para 421 mil.
Vôo da galinha
Os EUA entraram em recessão
em março de 2001, depois de dez
anos de crescimento ininterrupto,
o mais duradouro período de expansão do país. Mas, desde o ano
passado, o país passa por uma recuperação instável, que não consegue se sustentar.
Os economistas esperavam
uma recuperação econômica
mais acelerada após o final da
guerra contra o Iraque. A tensão
geopolítica era apontada no começo do ano como uma das principais travas à economia, por causa das incertezas envolvidas. Mas
os investimentos seguem fracos
mesmo após a rápida vitória das
tropas anglo-americanas.
Se até a semana passada havia
uma grande expectativa de que o
banco central dos EUA cortaria os
juros na reunião dos próximos
dias 24 e 25, agora os analistas estão divididos.
Há os que consideram que o
Fed deverá optar por um novo
corte, enquanto outros dizem que
os números recentes, especialmente os relativos à inflação, não
sugerem que a queda na taxa seja
necessária.
A taxa está fixada, desde novembro do ano passado, em
1,25% ao ano. Uma queda traria
os juros do país ao nível mais baixo desde a década de 50.
Com agências internacionais
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