UOL


São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O VÔO DA ÁGUIA

Índice sugere que país começa a crescer de maneira sustentada; analistas já não têm certeza de queda no juro

EUA dão mais sinais de retomada econômica

DA REDAÇÃO

Às vésperas de uma aguardada reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), a economia norte-americana começa a dar sinais mais evidentes de estabilização e de que ensaia uma retomada.
Ainda assim, os números não foram suficientes para evitar que as Bolsas fechassem em queda.
O índice dos "leading indicators" (que apontam o futuro comportamento da economia), calculado pelo instituto Conference Board, registrou avanço de 1% no mês passado.
Trata-se do maior ganho desde dezembro de 2001. Em abril, o índice havia ficado praticamente estável, com alta de 0,1%.
Ken Goldstein, economista-chefe do Conference Board, afirmou que o índice "finalmente aponta para uma recuperação" da economia norte-americana. "Mas os riscos presentes nos cinco primeiros meses do ano não desapareceram completamente. O principal deles é a falta de confiança empresarial."
O instituto, cuja sede fica em Nova York, informou que houve avanço em oito dos dez indicadores que compõem o índice. Melhoraram, por exemplo, os preços das ações e queda no número de pedidos de seguro-desemprego.
Com a recuperação, o índice dos "leading indicators" está agora em 116,2 pontos. O ano de referência é 1996, quando foi fixado em 100 pontos.
Em outra boa notícia, a atividade nas indústrias da região do Meio-Atlântico registrou crescimento neste mês. É o primeiro avanço desde fevereiro.
"Ainda precisamos de alguns meses para saber se a economia está crescendo de maneira sustentável", relativizou Patrick Fearon, economista da corretora AG Edwards. "Ainda é um pouco cedo para estourar o champanhe."
Mas David Wyss, economista da Standard & Poor's em Nova York, disse que a recuperação no índice do Conference Board é um claro sinal de que a situação começa a melhorar. "Estamos dobrando a esquina, mas o caminho tem se mostrado bem comprido."
Em um terceiro dado positivo, os pedidos de seguro-desemprego caíram na semana passada, para 421 mil.

Vôo da galinha
Os EUA entraram em recessão em março de 2001, depois de dez anos de crescimento ininterrupto, o mais duradouro período de expansão do país. Mas, desde o ano passado, o país passa por uma recuperação instável, que não consegue se sustentar.
Os economistas esperavam uma recuperação econômica mais acelerada após o final da guerra contra o Iraque. A tensão geopolítica era apontada no começo do ano como uma das principais travas à economia, por causa das incertezas envolvidas. Mas os investimentos seguem fracos mesmo após a rápida vitória das tropas anglo-americanas.
Se até a semana passada havia uma grande expectativa de que o banco central dos EUA cortaria os juros na reunião dos próximos dias 24 e 25, agora os analistas estão divididos.
Há os que consideram que o Fed deverá optar por um novo corte, enquanto outros dizem que os números recentes, especialmente os relativos à inflação, não sugerem que a queda na taxa seja necessária.
A taxa está fixada, desde novembro do ano passado, em 1,25% ao ano. Uma queda traria os juros do país ao nível mais baixo desde a década de 50.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Vizinho em crise: Argentina renegociará dívida em setembro
Próximo Texto: Cresce o déficit nas transações externas do país
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.