São Paulo, segunda-feira, 20 de junho de 2005

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Tesouro prestou socorro também a instituições estaduais e privadas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os bancos federais não foram os únicos a apelar para o caixa do governo para enfrentar suas dificuldades financeiras. Além deles, instituições estaduais e privadas também tiveram sua parte no socorro oficial concedido a partir dos anos 90 e que somou mais de R$ 80 bilhões.
A maior parte desse dinheiro foi para os bancos estaduais, que tiveram seu programa de ajuda batizado de Proes (Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária). Criado em 1996, ele fazia parte da renegociação das dívidas dos Estados com a União.
O saneamento dos bancos estaduais custou aproximadamente R$ 60 bilhões ao Tesouro Nacional, sendo que parte disso foi compensada com privatizações. Os recursos serviram para compensar os desequilíbrios financeiros causados por anos de empréstimos malfeitos e desvios de recursos ocorridos ao longo de vários governos estaduais.
O mesmo problema era enfrentado pelos bancos federais, que tiveram o seu Proef (Programa de Fortalecimento das Instituições Financeiras Federais) criado em junho de 2001. Pelo Proef, o governo injetou R$ 12,5 bilhões em quatro instituições financeiras, e ainda terá de arcar com o prejuízo de R$ 11,4 bilhões causado pelos créditos podres transferidos pela Caixa ao Tesouro Nacional.
Já os bancos privados passaram a ter problemas após o Plano Real (1994), pois muitas instituições concentravam seus ganhos nas operações de curto prazo no mercado financeiro, beneficiadas pela inflação. Com a estabilidade dos preços, muitos quebraram -foi o caso, por exemplo, dos bancos Nacional e Econômico.
O socorro veio em 1995, no Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional). O BC estima em R$ 4,75 bilhões os prejuízos causados pelo Proer aos cofres públicos.

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