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Países vão respeitar direitos humanos
DAS ENVIDAS A ASSUNÇÃO
O Mercosul terá um documento que condiciona a participação
dos países no bloco ao respeito
aos direitos humanos. O Protocolo de Direitos Humanos será
anunciado amanhã no encontro
de Cúpula do Mercosul, que ocorre em Assunção (Paraguai).
De acordo com o documento,
países que "registrem graves e sistemáticas violações aos direitos
humanos serão sancionados".
O problema é que o documento
não define os parâmetros para
que se estabeleça o que será interpretado como violação aos direitos humanos, segundo informam
organizações governamentais.
A ONG Conectas Humanas,
que participou das reuniões iniciais que resultaram no documento, informa que os governos
dos países do bloco não estabeleceram sequer as áreas em que o
protocolo será aplicado, como
trabalho escravo, proteção à infância e crimes da ditadura.
De acordo com o Itamaraty, haverá consultas entre os países
quando houver casos que possam
se enquadrar em violação aos direitos humanos e serão seguidas
as diretrizes da Organização dos
Estados Americanos (OEA).
"O presente protocolo se aplicará em casos em que se registrem
graves ou sistemáticas violações
aos direitos humanos e às liberdades fundamentais em um dos Estados-parte em situações de crises
institucional ou durante a vigência de Estados de exceção", informa o documento. "As sanções
abarcarão desde a suspensão do
direito a participar dos distintos
órgãos do bloco até a suspensão
dos direitos e deveres que resultam do processo de integração."
Para a ONG Observatório, que
integra várias organizações não-governamentais, falta transparência dos governos na elaboração
dos textos, que deveriam ser abertos a consultas à sociedade civil
antes de serem aprovados.
Segundo disseram diplomatas
brasileiros e argentinos, como todos os países do bloco são violadores dos direitos humanos, há
dificuldade em definir as ações
que poderiam invocar o protocolo, já que se fossem definidos temas isso resultaria em um número muito grande de consultas.
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