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País agora eleva tarifa para ferro de passar da China
Governo estuda ainda aumentar taxa de escovas, alto-falantes, óculos e armações
Medida ocorre após aumento de tarifas para têxteis e calçados do país asiático; Mercosul ainda precisa aprovar medidas
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Camex (Câmara de Comércio Exterior) decidiu ontem
aplicar uma tarifa de US$ 4,27
sobre cada ferro de passar roupa importado da China e renovar a sobretaxa de 45,24% sobre ventiladores de mesa exportados pelo país asiático.
Na próxima semana, será a
vez de o governo avaliar restrições às importações de escovas
de cabelo, alto-falantes, óculos
de sol e armações de óculos.
Na mesma reunião da Camex, o Brasil decidiu apoiar
proposta da Argentina e encaminhar ao Mercosul a elevação
da TEC (Tarifa Externa Comum) a 30% para tecidos e 35%
para tapetes. O Brasil já havia
aprovado o aumento para têxteis e calçados e ampliou a lista
de produtos a pedido do vizinho, onde os setores de tapetes
e tecidos seriam mais afetados.
"Estamos sujeitos a trovoadas, se houver reclamações nós
nos defenderemos. Acho que
não vai haver", disse Mário
Mugnaini, secretário-executivo da Camex, que vai deixar o
cargo. A partir da próxima reunião da câmara, ele será substituído por Lytha Spindola.
O aumento da tarifa comum
precisa ser aprovado pelos presidentes do Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina, países integrantes do Mercosul, para só
então entrar em vigor. O próximo encontro ocorre no final
deste mês, no Paraguai.
As tarifas sobre ferros de passar roupa e ventiladores de mesa serão cobradas por cinco
anos. Nos ventiladores, será
feita renovação da sobretaxa,
prevista para acabar neste ano.
A assessoria de imprensa do
Ministério do Desenvolvimento disse que não é possível dizer
ainda se a renovação começará
a valer em 1º de janeiro, pois isso dependerá da resolução da
Camex publicada no "Diário
Oficial" da União, talvez hoje.
De janeiro a maio deste ano o
Brasil importou US$ 10,2 milhões em ferros de passar da
China, que hoje paga tarifa de
20%. Os ventiladores de mesa
não figuram entre os principais
produtos do intercâmbio comercial entre os dois países.
No mês passado, o embaixador chinês no Brasil, Chen Duqing, incitou empresários brasileiros a serem "mais criativos" nas vendas para a China,
em vez de "reclamar". "Os empresários brasileiros devem ser
mais criativos para conquistar
o mercado chinês. É melhor entrar em ação. Quanto mais cedo, mais rápido. O melhor é
competir, não reclamar", afirmou Duqing.
Bens de informática
Também ontem foi aprovada
a prorrogação até o final deste
ano da redução de tarifas de importação para bens de informática e telecomunicações, em vigor desde dezembro. Inicialmente, ela foi estabelecida por
seis meses, para que Brasil e Argentina ajustassem políticas.
Como os diálogos bilaterais não
prosperaram, ela continuará.
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