São Paulo, quarta-feira, 20 de junho de 2007

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País agora eleva tarifa para ferro de passar da China

Governo estuda ainda aumentar taxa de escovas, alto-falantes, óculos e armações

Medida ocorre após aumento de tarifas para têxteis e calçados do país asiático; Mercosul ainda precisa aprovar medidas


IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Camex (Câmara de Comércio Exterior) decidiu ontem aplicar uma tarifa de US$ 4,27 sobre cada ferro de passar roupa importado da China e renovar a sobretaxa de 45,24% sobre ventiladores de mesa exportados pelo país asiático.
Na próxima semana, será a vez de o governo avaliar restrições às importações de escovas de cabelo, alto-falantes, óculos de sol e armações de óculos.
Na mesma reunião da Camex, o Brasil decidiu apoiar proposta da Argentina e encaminhar ao Mercosul a elevação da TEC (Tarifa Externa Comum) a 30% para tecidos e 35% para tapetes. O Brasil já havia aprovado o aumento para têxteis e calçados e ampliou a lista de produtos a pedido do vizinho, onde os setores de tapetes e tecidos seriam mais afetados.
"Estamos sujeitos a trovoadas, se houver reclamações nós nos defenderemos. Acho que não vai haver", disse Mário Mugnaini, secretário-executivo da Camex, que vai deixar o cargo. A partir da próxima reunião da câmara, ele será substituído por Lytha Spindola.
O aumento da tarifa comum precisa ser aprovado pelos presidentes do Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina, países integrantes do Mercosul, para só então entrar em vigor. O próximo encontro ocorre no final deste mês, no Paraguai.
As tarifas sobre ferros de passar roupa e ventiladores de mesa serão cobradas por cinco anos. Nos ventiladores, será feita renovação da sobretaxa, prevista para acabar neste ano.
A assessoria de imprensa do Ministério do Desenvolvimento disse que não é possível dizer ainda se a renovação começará a valer em 1º de janeiro, pois isso dependerá da resolução da Camex publicada no "Diário Oficial" da União, talvez hoje.
De janeiro a maio deste ano o Brasil importou US$ 10,2 milhões em ferros de passar da China, que hoje paga tarifa de 20%. Os ventiladores de mesa não figuram entre os principais produtos do intercâmbio comercial entre os dois países.
No mês passado, o embaixador chinês no Brasil, Chen Duqing, incitou empresários brasileiros a serem "mais criativos" nas vendas para a China, em vez de "reclamar". "Os empresários brasileiros devem ser mais criativos para conquistar o mercado chinês. É melhor entrar em ação. Quanto mais cedo, mais rápido. O melhor é competir, não reclamar", afirmou Duqing.

Bens de informática
Também ontem foi aprovada a prorrogação até o final deste ano da redução de tarifas de importação para bens de informática e telecomunicações, em vigor desde dezembro. Inicialmente, ela foi estabelecida por seis meses, para que Brasil e Argentina ajustassem políticas. Como os diálogos bilaterais não prosperaram, ela continuará.


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