São Paulo, quarta-feira, 20 de junho de 2007

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Níquel recua 7,2% e derruba as ações da Vale

Queda leva Bolsa a cair 0,16%; dólar fecha estável

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Metal utilizado na produção de aço inoxidável, o níquel teve ontem uma baixa histórica de 7,2% em Londres e derrubou os preços das ações da Vale do Rio Doce, empresa que comprou em agosto de 2006 a canadense Inco, segunda maior produtora do metal, por US$ 13 bilhões.
A China ameaçou reduzir seu consumo de níquel nos próximos meses pelo simples fato de que os preços do metal chegaram a variar mais de 50% apenas neste ano -a chamada "inflação do níquel". Ao mesmo tempo, a sul-coreana Tosco, terceira maior produtora de aço inoxidável, apresentou um projeto que prevê a substituição de parte do metal para fazer aço com a mesma qualidade, mas com preço menor.
Dois terços de todo o níquel produzido são usados para fazer aço inoxidável. A expectativa de demanda aquecida levou o níquel a US$ 51.800 a tonelada em maio, auge da inflação do níquel. Ontem, porém, o metal encerrou a US$ 39.238 a tonelada, com baixa de 6,24%.
Maior produtora de minério de ferro do mundo, a Vale comprou a Inco com o argumento de diversificar e vender metais de maior valor.
A compra fez da Vale a segunda maior mineradora do planeta. Ontem, as ações PNA da Vale tiveram baixa de 3,03% e as ON, de 3,75% -a maior entre o Ibovespa.
Como a ação da Vale foi responsável por quase 20% das negociações da Bovespa ontem, seu desempenho das ações da Vale impediu que a Bolsa batesse o 25º recorde no ano, recuando 0,16%.
"Até a compra da Inco, a Vale não estava tão exposta aos preços do níquel. Há uma expectativa de substituição pelos produtores de aço inoxidável", disse Felipe Cunha, da Brascan.

Câmbio
O dólar oscilou entre R$ 1,900 e R$ 1,914, mas fechou estável com baixa de 0,05%, vendido a R$ 1,906. O Banco Central comprou dólares a R$ 1,903, mas não ofereceu contratos de swap cambial, papéis que trocam o risco cambial por um juro, como operadores defenderam na véspera.
"A resistência de R$ 1,90 não chega a ser como a de R$ 2. Houve muita entrada, mas o BC não teve uma atuação tão expressiva a ponto de conter a moeda. A Bolsa sem direção deixou a moeda sem força para subir ou cair", disse Vanderlei Arruda, da Souza Barros.
Nos EUA, o destaque ficou por conta da forte baixa no retorno dos títulos do Tesouro americano -os papéis de dez anos foram negociados com juro de 5,086%, com perda de 1,09% em apenas ontem. Com a baixa, os papéis de países emergentes acabaram se sobressaindo.
A Bolsa de Nova York teve alta de 0,16% no Dow Jones.


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