|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Níquel recua 7,2% e derruba as ações da Vale
Queda leva Bolsa a cair 0,16%; dólar fecha estável
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Metal utilizado na produção
de aço inoxidável, o níquel teve
ontem uma baixa histórica de
7,2% em Londres e derrubou os
preços das ações da Vale do Rio
Doce, empresa que comprou
em agosto de 2006 a canadense
Inco, segunda maior produtora
do metal, por US$ 13 bilhões.
A China ameaçou reduzir seu
consumo de níquel nos próximos meses pelo simples fato de
que os preços do metal chegaram a variar mais de 50% apenas neste ano -a chamada "inflação do níquel". Ao mesmo
tempo, a sul-coreana Tosco,
terceira maior produtora de
aço inoxidável, apresentou um
projeto que prevê a substituição de parte do metal para fazer
aço com a mesma qualidade,
mas com preço menor.
Dois terços de todo o níquel
produzido são usados para fazer aço inoxidável. A expectativa de demanda aquecida levou
o níquel a US$ 51.800 a tonelada em maio, auge da inflação do
níquel. Ontem, porém, o metal
encerrou a US$ 39.238 a tonelada, com baixa de 6,24%.
Maior produtora de minério
de ferro do mundo, a Vale comprou a Inco com o argumento
de diversificar e vender metais
de maior valor.
A compra fez da Vale a segunda maior mineradora do planeta. Ontem, as ações PNA da Vale tiveram baixa de 3,03% e as
ON, de 3,75% -a maior entre o
Ibovespa.
Como a ação da Vale foi responsável por quase 20% das
negociações da Bovespa ontem,
seu desempenho das ações da
Vale impediu que a Bolsa batesse o 25º recorde no ano, recuando 0,16%.
"Até a compra da Inco, a Vale
não estava tão exposta aos preços do níquel. Há uma expectativa de substituição pelos produtores de aço inoxidável", disse Felipe Cunha, da Brascan.
Câmbio
O dólar oscilou entre R$
1,900 e R$ 1,914, mas fechou estável com baixa de 0,05%, vendido a R$ 1,906. O Banco Central comprou dólares a R$
1,903, mas não ofereceu contratos de swap cambial, papéis
que trocam o risco cambial por
um juro, como operadores defenderam na véspera.
"A resistência de R$ 1,90 não
chega a ser como a de R$ 2.
Houve muita entrada, mas o
BC não teve uma atuação tão
expressiva a ponto de conter a
moeda. A Bolsa sem direção
deixou a moeda sem força para
subir ou cair", disse Vanderlei
Arruda, da Souza Barros.
Nos EUA, o destaque ficou
por conta da forte baixa no retorno dos títulos do Tesouro
americano -os papéis de dez
anos foram negociados com juro de 5,086%, com perda de
1,09% em apenas ontem. Com a
baixa, os papéis de países emergentes acabaram se sobressaindo.
A Bolsa de Nova York teve alta de 0,16% no Dow Jones.
Texto Anterior: Outro lado: Não há crime no caso porque operação não é irregular, dizem os advogados Próximo Texto: Ações: Redecard abrirá capital e estima receber R$ 3 bi Índice
|