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Magnata da mídia exalta qualificação do conteúdo
Noticiário específico tende a se valorizar, diz Murdoch, do "Wall Street Journal"
Crescimento da China e da Índia e maior influência do Brasil vão se contrapor a "tempos difíceis" em países desenvolvidos, afirma
CRISTIANE BARBIERI
ENVIADA ESPECIAL A CANNES
Publicitários e anunciantes
pararam as atividades por quase uma hora no fim da belíssima tarde de ontem em Cannes,
durante o Festival Internacional de Publicidade, para ouvir o
magnata australiano Rupert
Murdoch.
Dono do News Corp, o maior
grupo de comunicação por valor de mercado do mundo, que
abriga o "Wall Street Journal",
os canais Fox News e Sky, o estúdio 20th Century Fox, entre
dezenas de outros, Murdoch
carregava uma mensagem óbvia para seu público-alvo: em
tempos de crise, o melhor a fazer por sua marca é continuar
anunciando -afinal de contas,
é disso que todos vivem.
O que a platéia queria saber,
no entanto, é se o homem que
construiu o império de comunicação tem uma visão clara de
como será o futuro da área que
se torna diferente a cada dia.
Apesar de diversificar com investimentos nos mais variados
setores da comunicação real e
virtual, como o site de relacionamento MySpace, Murdoch
deixou claro que o investimento em conteúdo de qualidade é
a melhor alternativa.
"Em poucos anos, o faturamento da DowJones [empresa
do NewsCorp] com serviços
on-line passará de 50% para
75%", disse Murdoch. "Mas antes eu quero fazer do jornal
["The Wall Street Journal", que
faz parte da DowJones] o melhor do mundo. Investiremos
esforços incontáveis e teremos
o melhor jornalismo da área."
Cobrar mais
Isso porque, segundo ele, o
enriquecimento mundial continua crescendo a despeito de
qualquer crise, bem como a demanda por informações de boa
qualidade. Além disso, diz ele, a
qualificação também permitirá
cobrar mais por noticiários de
interesse específico.
Segundo Murdoch, sua
maior surpresa ao assumir o
controle do "Wall Street Journal" foi a maneira positiva como os jornalistas reagiram à
sua liderança. Na época da
compra, no fim do ano passado,
houve muitas críticas e previsões de que os jornalistas não se
submeteriam aos interesses do
News Corp.
No palco da auditório Debussy, onde acontecem as palestras do festival, Murdoch foi
questionado por Hamish
McLennan, presidente-executivo da agência Young&Rubicam, sobre assuntos tão díspares quanto a eleição nos Estados Unidos, a preocupação com
a inflação global, sites de relacionamento e reality shows. Segundo Murdoch, o avanço da
inovação tecnológica dos últimos 15 anos se espalhará de
maneira explosiva em três
anos, para todo o mundo.
Ele não vê, no entanto, uma
grande ameaça de aumento da
insegurança no mundo nos
próximos anos, mas contínuo
crescimento econômico, mesmo com recessão nos países desenvolvidos. "Apesar dos tempos difíceis, a China e a Índia
continuarão crescendo, e o
Brasil, ganhando poder", disse.
Pouco antes da palestra de
Murdoch, foram divulgados os
finalistas de filmes no festival
de Cannes. As agências brasileiras tiveram 15 indicações no
segmento. Os vencedores das
últimas categorias e o balanço
final sairão amanhã.
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