São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 2008

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Custos da Vale sobem até 25%, afirma Agnelli

Presidente da empresa nega aquisição no exterior

ROBERTO MACHADO
ENVIADO ESPECIAL À COSTA DO SAUÍPE

O processo inflacionário mundial é considerado uma ameaça até para empresas que vêm batendo recordes de produção e exportação. Ontem, ao participar do encontro anual de conselheiros da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, realizado na Bahia, o presidente da Vale, Roger Agnelli, disse que os custos de produção da mineradora subiram até 25%-e que esse é o cenário otimista:
"Os custos estão subindo de forma selvagem. Temos feito ginástica grande para limitar a inflação de custo em 20%, 25%. Porque, se não tomar cuidado, vai virar 40%, 50%, 60%. Vários projetos no mundo inteiro [de outras empresas do setor] estão estourando em mais de 50% o orçamento inicial".
Para Agnelli, a economia mundial vive um momento de forte inflação de demanda, que vai obrigar as empresas a redobrar a cautela orçamentária. A previsão de investimentos de US$ 59 bilhões nos próximos anos está em revisão na Vale: "Talvez agora sejam US$ 63 bilhões em razão dos custos".
O presidente da Vale disse ainda que a emissão de ações da ordem de US$ 15 bilhões, anunciada na semana passada, dará mais flexibilidade financeira para a empresa cumprir os investimentos programados.
"Essa flexibilidade é fundamental. Será uma das maiores captações do mundo e deve encontrar boa receptividade no mercado porque a empresa tem projetos, está crescendo."
Agnelli negou que a Vale esteja negociando mais uma grande aquisição internacional. Em razão do anúncio da emissão, circulam rumores nos meios empresariais e financeiros de que a mineradora estaria prestes a anunciar uma nova compra no mercado externo. No fim de 2006, a companhia comprou a canadense Inco por mais de US$ 13 bilhões e se tornou a segunda maior mineradora do mundo.
"O que existe é uma grande especulação no mercado. Nós não vamos comprar nada, ninguém. Estamos quietos. O que a gente quer agora é fazer a operação de aumento de capital, realizar nossos investimentos", disse Agnelli, acrescentando, no entanto, que boas oportunidades são analisadas sempre.


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