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Custos da Vale sobem até 25%, afirma Agnelli
Presidente da empresa nega aquisição no exterior
ROBERTO MACHADO
ENVIADO ESPECIAL À COSTA DO SAUÍPE
O processo inflacionário
mundial é considerado uma
ameaça até para empresas que
vêm batendo recordes de produção e exportação. Ontem, ao
participar do encontro anual de
conselheiros da Previ, o fundo
de pensão dos funcionários do
Banco do Brasil, realizado na
Bahia, o presidente da Vale, Roger Agnelli, disse que os custos
de produção da mineradora subiram até 25%-e que esse é o
cenário otimista:
"Os custos estão subindo de
forma selvagem. Temos feito
ginástica grande para limitar a
inflação de custo em 20%, 25%.
Porque, se não tomar cuidado,
vai virar 40%, 50%, 60%. Vários
projetos no mundo inteiro [de
outras empresas do setor] estão estourando em mais de
50% o orçamento inicial".
Para Agnelli, a economia
mundial vive um momento de
forte inflação de demanda, que
vai obrigar as empresas a redobrar a cautela orçamentária. A
previsão de investimentos de
US$ 59 bilhões nos próximos
anos está em revisão na Vale:
"Talvez agora sejam US$ 63 bilhões em razão dos custos".
O presidente da Vale disse
ainda que a emissão de ações da
ordem de US$ 15 bilhões, anunciada na semana passada, dará
mais flexibilidade financeira
para a empresa cumprir os investimentos programados.
"Essa flexibilidade é fundamental. Será uma das maiores
captações do mundo e deve encontrar boa receptividade no
mercado porque a empresa tem
projetos, está crescendo."
Agnelli negou que a Vale esteja negociando mais uma
grande aquisição internacional. Em razão do anúncio da
emissão, circulam rumores nos
meios empresariais e financeiros de que a mineradora estaria
prestes a anunciar uma nova
compra no mercado externo.
No fim de 2006, a companhia
comprou a canadense Inco por
mais de US$ 13 bilhões e se tornou a segunda maior mineradora do mundo.
"O que existe é uma grande
especulação no mercado. Nós
não vamos comprar nada, ninguém. Estamos quietos. O que a
gente quer agora é fazer a operação de aumento de capital,
realizar nossos investimentos",
disse Agnelli, acrescentando,
no entanto, que boas oportunidades são analisadas sempre.
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