São Paulo, sábado, 20 de junho de 2009

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@grupofolha.com.br

INDIGNAÇÃO RURAL
Os ambientalistas comemoraram as recentes medidas do Ministério Público do Pará, que culminaram com a interrupção da compra de carnes da região por grandes redes de supermercados. Despertaram, no entanto, a fúria e a indignação da bancada ruralista.

GRITO PAULISTA
Reunidos ontem na Feicorte, em São Paulo, deputados de vários Estados anunciaram uma guerra sem trégua a ambientalistas, ao Ibama e ao Ministério Público do Pará. Abelardo Lupion (DEM/PR) diz que as medidas incluem uma devassa nas contas das ONGs na CPI que avalia essas instituições.

SEM COMPROVAÇÃO
Lupion diz, ainda, que vai ser apressada a votação, no Congresso, do projeto de lei que responsabilizará toda denúncia infundada. O prejudicado poderá processar e inclusive pedir ressarcimento. Além disso, vai ser feito um pedido de investigação à Corregedoria do Ministério Público Federal sobre as denúncias do Pará.

ERRARAM
Para o secretário de Agricultura paulista, João Sampaio, a situação não pode ficar sem uma resposta racional e objetiva, embora não caiba uma posição rancorosa. Para Sampaio, houve erro tanto do Ministério Público como dos supermercados que deixaram de comprar a carne da região. "Prejudicaram todos pelo erro de poucos."

TRIBUTAÇÃO NO TRIGO
A isenção do PIS/Cofins no setor do trigo termina no final deste mês e, extraoficialmente, o setor já obteve informações de que os técnicos da Fazenda não querem a prorrogação. A volta da tributação e a esperada elevação dos preços do produto no mercado internacional podem gerar aumento de 20% nos preços da farinha.

SENSIBILIDADE SOCIAL
O governo, que reduziu o IPI de veículos e de eletroeletrônicos, tem de ter a sensibilidade para impedir a alta do pãozinho, diz Lawrence Pih, do moinho Pacífico. Segundo ele, a farinha e o pão têm peso de 17% na composição da cesta básica. Um aumento no setor vai direto para a inflação.

PERDAS E GANHOS
Pih diz o governo tem um bom motivo para manter a isenção. Se de um lado perde receita, de outro gera menos inflação e, consequentemente, gasta menos com a dívida.

CEDO PARA A TEC
Sobre a redução de 10% da TEC para as importações de trigo de fora do Mercosul, Pih diz que os estoques são de 2 milhões de toneladas, suficientes para até o final de agosto. O governo incentivou o plantio, os produtores responderam com produção maior e a redução da TEC pode baixar os preços internos, diz ele.



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