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POR TRÁS DA ETIQUETA
Evento dá início a campanha que visa informar consumidor sobre tributos em bens e serviços
"Feirão" em SP destaca peso dos impostos
DA REPORTAGEM LOCAL
Parecia um supermercado,
mas o principal produto na prateleira era informação. Das 9h às
18h de ontem, um evento organizado no Pátio do Colégio, no
centro de São Paulo, esclareceu
os poucos passantes que não foram afastados pela chuva da
quantidade de impostos embutidos em alimentos, eletrodomésticos e até itens como casa
própria e automóvel.
Em uma tenda, decorada com
cartazes com frases como "Pague mais, leve menos", entidades representativas do comércio
colocaram todos esses produtos
e muitos mais com as seguintes
informações: preço, percentual
em carga tributária e o equivalente em reais aos impostos.
O "Feirão do Imposto" é o início de uma campanha da ACSP
(Associação Comercial de São
Paulo) e de outras entidades pela
regulamentação de uma lei federal que determina que a população seja informada sobre os impostos em bens e serviços.
A idéia é, a partir do segundo
semestre, começar a coletar assinaturas para apresentar ao Congresso. "Acreditamos que conseguiremos coletar entre 500 mil
e 1 milhão de assinaturas", afirmou o presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos.
A campanha foi organizada
por entidades comerciais, como
a ACSP, a Facesp (Federação das
Associações Comerciais do Estado de São Paulo) e a Conaje
(Confederação Nacional dos Jovens Empreendedores) e tem o
apoio do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) e da OAB-SP (Ordem dos
Advogados do Brasil).
Segundo Gilberto Luiz do
Amaral, presidente do IBPT, a
expectativa é que a arrecadação
tributária atinja R$ 650 bilhões
neste ano. "Isso é o equivalente a
mais de R$ 54 bilhões todo o
mês, ou R$ 1,85 bilhão por dia,
ou R$ 75 milhões por hora, ou
R$ 1,25 milhão a cada minuto",
afirmou.
Maior entre emergentes
De acordo com Amaral, o Brasil tem a maior carga tributária
entre os países emergentes. "É a
segunda maior carga tributária
sobre salário do mundo. Só perde para a Dinamarca, mas lá os
cidadãos têm retorno em serviços pelo tanto que pagam de impostos", afirmou.
"Não tinha idéia de que a gente
pagava tanto imposto", afirmou
a aposentada Restituta Caramigo Fermino, 72. "Mas também
não sei se vai adiantar a gente ficar sabendo: vamos pagar do
mesmo jeito", disse.
Os organizadores pretendem
reproduzir o evento em outras
capitais do país e em outras cidades do Estado no dia 7 de agosto,
para dar um caráter nacional ao
movimento.
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