São Paulo, terça-feira, 20 de julho de 2004

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AÉREAS

Governo não mostra interesse

Vasp busca o apoio da Defesa para empréstimo

ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O dono da Vasp, Wagner Canhedo, tenta hoje o apoio no Ministério da Defesa para a obtenção de uma linha de financiamento em reais para a renovação de sua frota com aeronaves ERJ 190 e ERJ 170 da Embraer. O governo, porém, não demonstra interesse em socorrer a empresa.
Ao contrário das concorrentes -Varig, TAM e Gol, que operam em sistema de arrendamento ou leasing-, a Vasp voa basicamente com aviões próprios. O problema é que eles são considerados obsoletos e têm causado aborrecimentos à empresa e aos clientes. Sua substituição, porém, não é uma operação simples.
No governo, prevalece a avaliação de que a situação da Vasp é dramática, porque acumula débitos com a União e com prestadores de serviços e corre até o risco de não ter renovada sua concessão pública. O vencimento está previsto para o início de outubro.
Se não quita os débitos e está ameaçada de perder a concessão, a empresa também não está em condições de dar garantias para um eventual financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a compra de aeronaves.
Essa linha de financiamento em reais foi sugerida pelo Conac (Conselho de Aviação Civil), em forma de resolução, para ajudar as empresas aéreas a comprar aviões da Embraer. O grupo de trabalho formado posteriormente, entretanto, ainda não autorizou essa linha especial, nem há prazos para fazê-lo.
A linha em reais serviria especialmente à Vasp, que tem uma frota com idade média de 19 anos. São em torno de 30 aviões -a maioria são Boeings, mas há também três Airbus A-300.
No ano passado, mesmo com a dívida da empresa beirando R$ 2 bilhões, Canhedo chegou a admitir publicamente a intenção de fazer operações de leasing (aluguel com direito a compra) de Boeings 737/700 ou de Airbus 320.
Nada disso foi confirmado, e o esforço do empresário neste ano é pela aprovação da linha de financiamento em reais para tentar adquirir aeronaves da Embraer. A questão, porém, continua sendo a mesma: alto endividamento e falta de garantias.
Entre maio e junho deste ano, a Vasp teve vários problemas com suas aeronaves, como falhas mecânicas e conseqüentes atrasos.
A Folha tentou falar ontem com Canhedo, mas ele não atendeu as ligações.


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