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AÉREAS
Governo não mostra interesse
Vasp busca o apoio da Defesa para empréstimo
ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O dono da Vasp, Wagner Canhedo, tenta hoje o apoio no Ministério da Defesa para a obtenção de uma linha de financiamento em reais para a renovação de
sua frota com aeronaves ERJ 190 e
ERJ 170 da Embraer. O governo,
porém, não demonstra interesse
em socorrer a empresa.
Ao contrário das concorrentes
-Varig, TAM e Gol, que operam
em sistema de arrendamento ou
leasing-, a Vasp voa basicamente com aviões próprios. O problema é que eles são considerados
obsoletos e têm causado aborrecimentos à empresa e aos clientes.
Sua substituição, porém, não é
uma operação simples.
No governo, prevalece a avaliação de que a situação da Vasp é
dramática, porque acumula débitos com a União e com prestadores de serviços e corre até o risco
de não ter renovada sua concessão pública. O vencimento está
previsto para o início de outubro.
Se não quita os débitos e está
ameaçada de perder a concessão,
a empresa também não está em
condições de dar garantias para
um eventual financiamento do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a compra de aeronaves.
Essa linha de financiamento em
reais foi sugerida pelo Conac
(Conselho de Aviação Civil), em
forma de resolução, para ajudar
as empresas aéreas a comprar
aviões da Embraer. O grupo de
trabalho formado posteriormente, entretanto, ainda não autorizou essa linha especial, nem há
prazos para fazê-lo.
A linha em reais serviria especialmente à Vasp, que tem uma
frota com idade média de 19 anos.
São em torno de 30 aviões -a
maioria são Boeings, mas há também três Airbus A-300.
No ano passado, mesmo com a
dívida da empresa beirando R$ 2
bilhões, Canhedo chegou a admitir publicamente a intenção de fazer operações de leasing (aluguel
com direito a compra) de Boeings
737/700 ou de Airbus 320.
Nada disso foi confirmado, e o
esforço do empresário neste ano é
pela aprovação da linha de financiamento em reais para tentar adquirir aeronaves da Embraer. A
questão, porém, continua sendo a
mesma: alto endividamento e falta de garantias.
Entre maio e junho deste ano, a
Vasp teve vários problemas com
suas aeronaves, como falhas mecânicas e conseqüentes atrasos.
A Folha tentou falar ontem com
Canhedo, mas ele não atendeu as
ligações.
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