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TRANSPORTE
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BNDES estuda como refazer Modercarga
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
Dois meses depois do lançamento, o Modercarga (Programa
de Modernização da Frota de Caminhões) será reformulado pelo
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para tentar atrair interessados em financiar a troca de caminhões novos ou usados, com até
sete anos.
O BNDES previu, para o Modercarga, uma dotação orçamentária de R$ 2 bilhões. Até hoje,
desde que foi lançado, em maio, o
programa não registrou nem uma
operação sequer.
Na sexta-feira passada, durante
encontro com associações de caminhoneiros no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva afirmou que o Modercarga tinha sido "uma decepção", conforme a Folha apurou
com duas das pessoas presentes:
José Araújo Silva, presidente da
União Nacional dos Caminhoneiros, e José da Fonseca Lopes, presidente da Associação Brasileira
dos Caminhoneiros.
No encontro com as associações
dos caminhoneiros, Lula afirmou
que o governo tinha uma expectativa muito maior a respeito do
Modercarga e, agora, estaria buscando uma forma de o BNDES
oferecer condições melhores para
o programa. Lula afirmou ainda
que quem estava à frente desses
estudos no governo era o ministro do Desenvolvimento, Luiz
Fernando Furlan.
De acordo com o que a Folha
apurou no BNDES, os dois grandes problemas que os caminhoneiros vêem no Modercarga são
os juros, de 17% ao ano, considerados muito altos, e o fato de o
programa financiar 70% do veículo.
Segundo José Araújo da Silva,
da União Nacional dos Caminhoneiros, os caminhoneiros conseguem comprar caminhões novos
no mercado com financiamentos
a taxas de juros mais baixas do
que as cobradas pelo BNDES. Para o programa atrair interessados,
ele diz que os juros do BNDES teriam de ser de 14% ao ano. "O que
nós queremos é subsídio", diz José Araújo da Silva.
O Modercarga foi lançado pelo
governo Lula com o objetivo de
alcançar o mesmo sucesso do
Moderfrota, programa de financiamento de compra de máquinas agrícolas que é considerado
um dos principais responsáveis
pela virada do setor agrícola. Carlos Lessa, presidente do BNDES,
não se cansa de apontar o Moderfrota como o principal programa
do BNDES do governo FHC.
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