São Paulo, sexta-feira, 20 de julho de 2007

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Setubal vê consistência na decisão do BC

Muito mais importante do que a decisão de curto prazo do Banco Central sobre juros é a consistência da política monetária. O maior problema será se o Banco Central errar a mão no manejo da política monetária e elevar a inflação.
A opinião é do presidente do banco Itaú, Roberto Setubal, ao comentar a decisão apertada do Copom, na quarta-feira, por apenas quatro votos a três, de cortar meio ponto na Selic. A leitura geral foi de que o BC reduzirá o ritmo do corte do juro.
Segundo Setubal, no passado recente, o país já viveu essa experiência de o Banco Central ter de frear o processo de queda de juros por ter errado no manejo da política monetária. A inflação voltou e o Banco Central acabou sendo obrigado a promover um pequeno aumento de juros.
"O ideal é sempre manter de forma consistente a política monetária para não obrigar o Banco Central a voltar atrás. A volatilidade é sempre ruim para a economia", diz.
Para Setubal, o mais importante é que a tendência de queda do juro não foi alterada. O Banco Central, na sua opinião, vai manter o processo de redução do juro nos próximos meses. "O Brasil caminha para uma situação de normalidade financeira e deverá ter, em alguns anos, taxas de juros nos padrões mundiais", afirma.
Setubal diz que o Brasil se preocupa demais com o juro de curto prazo, quando muito mais importante do que a Selic são as taxas de médio e longo prazos. São elas que determinam as decisões de investimentos na economia, e as taxas no mercado futuro são hoje menores do que a Selic. "A curva está invertida."
De acordo com Setubal, os bancos privados brasileiros estão prontos para lidar com qualquer condição que o mercado determinar. Segundo ele, o banco é um intermediário de operações e não depende da taxa de juro para auferir seus lucros.
"A idéia de que existe uma relação entre juro e rentabilidade do banco é absolutamente equivocada", afirma Setubal. "O mundo mostra isso. Os grandes bancos internacionais possuem uma rentabilidade alta com juro baixo."
Setubal vê, hoje, um quadro bastante positivo para a economia. Apesar desse cenário otimista, ele diz que o Brasil tem um grande desafio pela frente para conseguir crescer acima de 4% a 5% -aumentar os investimentos voltados para infra-estrutura.
Para isso, ele acha que o governo precisa propiciar condições para o aumento dos investimentos nessa área, dando ênfase às questões regulatória e melhorando a gestão nas diversas áreas ligadas à infra-estrutura, tanto na definição de prioridades como na rapidez na tomada das decisões.

"O Brasil caminha para uma situação de normalidade financeira e deverá ter, em alguns anos, taxas de juros nos padrões mundiais"

"Os grandes bancos internacionais possuem uma rentabilidade alta com juro baixo"


ROBERTO SETUBAL
presidente do Itaú


CHAMADA FASHION

Depois do jeans orgânico e da calça especial para usuários de iPod, a Levi's foca em celulares. A marca deve por nas suas principais lojas, até o fim do ano, o aparelho The Original, que tem diferenciações para homens e mulheres, como o visor espelhado no modelo feminino. "A Levi's explora o segmento da inovação", diz Tânia Alves, country manager da Levi's. O celular da marca será lançado em setembro na Europa. A grife tem 74 lojas no país e está em 600 multimarcas. Ainda em setembro, no Brasil, a Levi's lança também sua linha de tênis urbanos, que serão vendidos nas unidades da rede, em multimarcas e em especializadas em calçados.

ELEVADOR
A São Carlos comprou mais cinco andares do Eldorado Business Tower, em São Paulo. A empresa passa a ter 19 dos 33 andares do edifício, que foi pré-certificado como "Green Building" (edifício ecológico) pela certificadora US Green Building Council.

IMOBILIÁRIO
A Gafisa vai ampliar as parcerias com empresas do mercado imobiliário de Estados fora do eixo Rio-São Paulo para a FIT Residencial. Em março, a FIT assinou parceria com a Caixa para o financiamento de até 6.000 unidades.

VIZINHANÇA
O Ipemic (Índice Periódico de Mora e Inadimplência Condominial), medido pela Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios, continua em queda ante 2006. Em maio deste ano, o índice de mora condominial ficou em 9,84%, com queda de 3,72% na comparação com o mesmo mês de 2006.

MBA
A MBS (Manchester Business School) acaba de fechar parceria com a FGV On-Line para um MBA de finanças à distância. O curso será supervisionado pelas duas instituições e o diploma também será de ambas.

PAN PARA PRESENTE
Assistir ao Pan no Rio virou prêmio para profissionais de grandes empresas. O dado é da Top Service Incentive Travel Conventions, de viagens de incentivo, que leva à cidade, na próxima semana, cem contemplados.

DE PAPEL
As exportações de cadernos brasileiros caíram nos quatro primeiros meses do ano. Foram de US$ 20,3 milhões, ante US$ 24,6 milhões no mesmo período de 2006. As importações subiram 87,6%, passando para US$ 613 mil, segundo a Abigraf (da indústria gráfica).

CANUDO
A Norsa/Coca-Cola -responsável pela fabricação e distribuição dos produtos Coca-Cola na Bahia, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte- investirá em fábricas na Bahia. A empresa implementará novas linhas de produção nas fábricas de Simões Filho e Vitória da Conquista. O investimento será de cerca de R$ 5,2 milhões.

VELOCIDADE
O Unibanco fechou parceria com o Instituto Ayrton Senna e será o patrocinador da quarta edição da Ayrton Senna Racing Day, maratona de revezamento, que ocorrerá no dia 28 de outubro, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

LIGAÇÃO
A Claro passou, em junho, a Tim na Grande São Paulo, segundo os últimos dados da Anatel. Ela foi a operadora que mais conquistou mercado no primeiro semestre.

ALCOÓLICOS
As feiras de bebidas Expovinis Brasil, Brasil Cachaça e Epicure ocorrerão entre os dias 28 e 30 de abril de 2008 no Transamérica Expo Center, em São Paulo.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA

multimídia

Escova progressiva vira febre nos EUA

Depois do frisson causado pela "brazilian waxing" (depilação brasileira) e pelas manicures nacionais, é a vez de a escova progressiva conquistar a América. Quem decreta a nova moda é o "New York Times", que publicou reportagem sobre a técnica em seu suplemento de estilo desta semana.
Por ser amplamente divulgada e usada no Brasil, nos EUA, recebe o nome de "brazilian keratin" (queratina brasileira).
A procura pela técnica cresceu muito nos últimos seis meses. No salão nuBest, de Nova York, foram realizados 500 procedimentos, desde fevereiro, em clientes com idade entre 12 e 70 anos.
Os preços da escova progressiva, em um salão como o nuBest, variam entre US$ 150 e US$ 600, dependendo da quantidade e do comprimento do cabelo.
Um dos motivos para a febre é o fato de a técnica ser considerada, nos EUA, uma das mais seguras e saudáveis.
Os riscos -de intoxicação e até câncer, entre outros- são conhecidos nos EUA. Mas o FDA (Food and Drug Administration) não proíbe o uso de nenhum item de sua composição.


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