|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Efeito nas aplicações será no médio prazo
DA REPORTAGEM LOCAL
A mudança no cálculo da TR
não deve ter efeito no atual ritmo de entrada de recursos na
caderneta de poupança e saída
de dinheiro dos fundos DI. Ao
menos, por enquanto. Isso porque as novas regras apenas terão impacto sobre o rendimento da poupança no futuro,
quando a taxa básica da economia cair a níveis mais baixos.
Somente quando a TBF estiver abaixo de 10,5% é que o novo redutor entrará em ação,
evitando que as taxas oferecidas pela poupança caiam muito. Antes desse patamar, valem
as regras que estavam em vigor.
William Eid Júnior, coordenador do Centro de Estudos em
Finanças da Fundação Getulio
Vargas, diz que "muito investidor tem migrado para a poupança nos últimos meses" e que
"somente uma medida que reduzisse razoavelmente a remuneração da poupança poderia
alterar esse quadro".
E é exatamente isso que a nova regra do governo vai evitar.
Se em março o governo buscou
diminuir o rendimento da poupança como forma de conter a
saída dos fundos DI, a regra
anunciada ontem visa evitar
que a queda dos juros do mercado tirem toda a competitividade da poupança no futuro.
"Por enquanto, a tendência
segue a mesma, com a poupança captando bastante", avalia
Marcelo D'Agosto, sócio-diretor do site Fortuna, especializado no mercado de fundos. Ele
lembra que "a poupança ainda
tem a vantagem de não cobrar
IR", que afeta os fundos. Outro
ponto é a cobrança de taxas de
administração, que reduzem
rentabilidade dos fundos e que
não incidem na poupança.
Mutuários
Para o presidente da Associação Nacional dos Mutuários,
Marcelo Augusto Luz, a mudança indica que os mutuários
podem ter problemas no futuro
para saldar os financiamentos
habitacionais. "Tanto o saldo
devedor do mutuário como a
prestação estão casados com a
TR. Quando há uma variação
para cima, o mutuário tem dificuldade para pagar o financiamento porque a prestação aumenta, e o salário, não", afirma.
Texto Anterior: Poupança terá ganho próximo ao de fundos Próximo Texto: Luiz Carlos Mendonça de Barros: Mais uma chance perdida Índice
|