São Paulo, sexta-feira, 20 de julho de 2007

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Efeito nas aplicações será no médio prazo

DA REPORTAGEM LOCAL

A mudança no cálculo da TR não deve ter efeito no atual ritmo de entrada de recursos na caderneta de poupança e saída de dinheiro dos fundos DI. Ao menos, por enquanto. Isso porque as novas regras apenas terão impacto sobre o rendimento da poupança no futuro, quando a taxa básica da economia cair a níveis mais baixos.
Somente quando a TBF estiver abaixo de 10,5% é que o novo redutor entrará em ação, evitando que as taxas oferecidas pela poupança caiam muito. Antes desse patamar, valem as regras que estavam em vigor.
William Eid Júnior, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas, diz que "muito investidor tem migrado para a poupança nos últimos meses" e que "somente uma medida que reduzisse razoavelmente a remuneração da poupança poderia alterar esse quadro".
E é exatamente isso que a nova regra do governo vai evitar. Se em março o governo buscou diminuir o rendimento da poupança como forma de conter a saída dos fundos DI, a regra anunciada ontem visa evitar que a queda dos juros do mercado tirem toda a competitividade da poupança no futuro.
"Por enquanto, a tendência segue a mesma, com a poupança captando bastante", avalia Marcelo D'Agosto, sócio-diretor do site Fortuna, especializado no mercado de fundos. Ele lembra que "a poupança ainda tem a vantagem de não cobrar IR", que afeta os fundos. Outro ponto é a cobrança de taxas de administração, que reduzem rentabilidade dos fundos e que não incidem na poupança.

Mutuários
Para o presidente da Associação Nacional dos Mutuários, Marcelo Augusto Luz, a mudança indica que os mutuários podem ter problemas no futuro para saldar os financiamentos habitacionais. "Tanto o saldo devedor do mutuário como a prestação estão casados com a TR. Quando há uma variação para cima, o mutuário tem dificuldade para pagar o financiamento porque a prestação aumenta, e o salário, não", afirma.


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