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Dercy fez lobby por hidrelétrica
DA REPORTAGEM LOCAL
Ciosa dos assuntos da
cidade natal, a atriz Dercy
Gonçalves foi lobista incansável de um miúdo
projeto hidrelétrico da pequena Santa Maria Madalena (RJ). Madrinha da
PCH Tudelândia, hidrelétrica com capacidade de
apenas 2,4 MW, Dercy
morreu em julho de 2008,
aos 101 anos, sem inaugurar a pequena central.
Projeto idealizado por
um ex-avicultor, a obra finalmente está pronta, embora ainda aguarde a licença de operação da parte da agência ambiental do
Rio de Janeiro.
"A usina está pronta para produzir energia. Esse
foi um sonho, algo em que
apostei tudo e que ainda
não se concretizou totalmente. Claro, tive apoio
enorme da Dercy, uma
grande amiga que ajudou
muito esse projeto", diz
Raul Veloso Mariath, sócio da Denge Engenharia
na pequena central.
Mariath tem em mãos o
comunicado do diretor-geral da Aneel, Mário Abddo, endereçado a Dercy,
quando da aprovação, pela
agência, do inventário do
rio Santíssimo, onde foi
instalada a PCH. Várias
vezes, Dercy pegou o telefone para cobrar agilidade
na concessão de financiamento ao então presidente do BNDES, o atual ministro da Fazenda, Guido
Mantega. Consta que foi
sempre prontamente
atendida.
O lobby surtiu efeito. A
PCH Tudelândia é uma
das menores na carteira de
financiamento do banco.
Mas nem tudo ainda funciona bem. O problema
tem sido conseguir da
agência ambiental do Rio
de Janeiro a licença de
operação, a última, sem a
qual a verba não é liberada.
O BNDES financiará 62%
do empreendimento, estimado em R$ 12 milhões.
A PCH sozinha atende
cerca de 10 mil casas, mais
de cinco vezes a população
da cidade natal de Dercy.
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