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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Montadoras subestimaram alta da demanda no Brasil
Apenas quatro entre as dez
maiores montadoras presentes
no país acompanharam o ritmo
de crescimento de mercado de
janeiro a julho. As outras subestimaram a demanda, não
aumentaram a capacidade ou
não diversificaram o mix de
produtos em velocidade suficiente e ficaram sem carros para atender aos consumidores.
A própria Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes
de Veículos Automotores) errou suas previsões. A entidade
tinha estimado incremento de
7,7% nas vendas ao mercado interno, em 2007. Segundo a
agência Autodata, entre janeiro
e julho, o aumento foi de 26,6%.
Apenas Fiat, Volkswagen, Renault e Peugeot cresceram
mais do que esse percentual. E
as outras?
"O mercado se aqueceu muito rápido", afirma José Carlos
Pinheiro Neto, vice-presidente
da GM (General Motors). "Mudamos a estratégia de produção
envolvendo todo o Mercosul,
fizemos investimentos de US$
300 milhões, mas aumento de
capacidade não acontece em
um pulo: há uma curva ascendente antes de alcançar a produtividade plena."
A montadora, que espera bater seu recorde de vendas em
agosto, atingindo a marca de 50
mil carros, deverá crescer 19%
neste ano. Para um de seus modelos, o Prisma, há fila de espera de 60 dias. "O que não é bom,
já que queremos atender ao
mercado", diz Pinheiro Neto.
A Honda foi ambiciosa e traçou a estratégia de crescer 20%
em 2007. Atingiu a meta, porém o mercado avançou mais
rápido. Hoje, há filas de 30 a 35
dias para quem quiser comprar
o New Civic.
Alberto Pescumo, gerente-geral comercial da área de automóveis da Honda, afirma que a
capacidade produtiva da montadora passou de 315 carros por
dia, em dezembro de 2006, para 550 carros por dia, em agosto
de 2007.
"Com três turnos, o pessoal
treinado e as máquinas funcionando a pleno vapor, conseguiremos alcançar o crescimento
do mercado no segundo semestre", diz Pescumo.
Já a Toyota afirma que não
tem como competir com as outras montadoras, já que as quatro categorias em que está presente no Brasil respondem por
apenas 10% do mercado. A
montadora não tem planos de
entrar em outros segmentos.
Numa das categorias, a de picapes médias a diesel, o mercado encolheu 4%, enquanto a
marca viu suas vendas aumentarem 25%. A empresa aumentou a produção de 45 mil unidades por mês para 65 mil, mas,
mesmo assim, há espera de um
mês pela Hillux.
Já em outra categoria, a dos
utilitários desportivos, a participação da Toyota caiu de 92%
para 50%, com a entrada de
concorrentes no segmento.
Procuradas pela Folha, as
outras montadoras que cresceram menos do que o mercado
preferiram não se manifestar.
ELETRÔNICO
A UserID, empresa especializada em projetos de segurança corporativa, internet banking e comércio eletrônico, acaba de lançar a BRToken, uma divisão para fabricar segurança digital com tecnologia totalmente brasileira. Em setembro, ela vai inaugurar uma nova unidade fabril, localizada no
pólo tecnológico de Santa Rita do Sapucaí (Minas Gerais),
região conhecida como Vale da Eletrônica. Haverá um centro de desenvolvimento de software. De acordo com César Lovisaro, diretor comercial, a empresa já está em negociação
para realizar um projeto de 300 mil cartões para um grande
banco. Entre os principais clientes da UserID, estão Bradesco, HSBC, Itaú e Unibanco.
Índia é novo foco de escritório
O escritório Machado Associados construiu uma ponte
com a Índia. A responsável é a
advogada Fabíola Girão Vaidyanathan, que comanda o "region desk" voltado para atender investidores e empresas no eixo Brasil-Índia e cada vez
mais tem recebido solicitações
de interessados em investir nos
países. "Há dois anos fazemos
estudos sobre o país e, no ano
passado, recebemos 18 empresas indianas para reuniões preliminares", diz.
Entre as principais características notadas por Vaidyanathan, os brasileiros têm forte
interesse no mercado de infra-estrutura e de segurança privada da Índia, enquanto os indianos gostariam de investir na área de tecnologia no Brasil.
"Além das farmacêuticas, que
já estão presentes no mercado
brasileiro."
O grande problema está na
série de diferenças culturais
entre os dois países. "São dois
mercados que não se conhecem
muito bem. Existe uma curiosidade imensa e um potencial
muito grande, porque são complementares", afirma.
A advogada foi integrante da
comitiva oficial do presidente
Lula na Índia, no ano passado,
quando fez palestras para empresários dos dois países interessados neste intercâmbio.
SIRENE
Cerca de 35% dos processos de consumidores que pleiteiam indenização por conta do acionamento do alarme
sonoro instalado em grandes lojas acontecem devido ao
tipo de abordagem que ocorre nos estabelecimentos. O
dado é resultado de pesquisa do escritório Peixoto e Cury
Advogados, especializado em área empresarial, feita com
base em 600 processos. Veja acima conclusões da pesquisa. Até 1988, antes da promulgação da Constituição, os
processos por abordagem estavam em terceiro lugar,
atrás de erros de publicidade e insatisfação com produtos.
NO BALANÇO
O setor brasileiro de telecomunicações cresceu
10,9% em 2006, segundo o
"Anuário Telecom" 2007,
que a Plano Editorial lança
amanhã, em SP. A publicação analisou, com apoio da
EAESP-FGV (escola de administração), os balanços de
169 empresas, de 28 segmentos. Essas empresas tiveram receita líquida de US$
51 bilhões. Em 2005, foram
US$ 45,9 bilhões. A receita
gerada pelas atividades de
serviços (US$ 44 bilhões)
superou em mais de seis vezes o faturado com a venda
de produtos (US$ 7 bilhões).
NA ESCOLA
Jacques Gelman, responsável pelos cursos In Company da GV, recebe 55 presidentes e CEOs do YPO
(Young President's Organization), entidade que reúne
mais de 11 mil CEOs em 90
países. Serão estudados casos de empresas nacionais e
multinacionais, no modelo
similar ao adotado pela Harvard Business School. Neste
ano, um dos casos é do Magazine Luiza, e Luiza Trajano estará presente para avaliar a solução apresentada.
Também estarão presentes Oded Grajew e o ex-ministro Luiz Fernando Furlan.
com ISABELLE MOREIRA LIMA, JOANA CUNHA e CRISTIANE BARBIERI
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