São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 2002

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BC resgata títulos, e dívida cai em agosto

LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O estoque da dívida interna em títulos públicos federais diminuiu em R$ 51,6 bilhões em agosto sobre julho devido à apreciação do real em relação ao dólar no período e a resgates líquidos (retirada) de papéis do mercado.
De R$ 674,40 bilhões, o total da dívida mobiliária caiu para R$ 622,79 bilhões. Em julho, a taxa média do dólar utilizada pelo Tesouro Nacional para corrigir a parcela da dívida atrelada ao câmbio foi de R$ 3,42. Para o fechamento dos números de agosto, a cotação média do dólar caiu para R$ 3,02.
Naquele mês, o real se valorizou, entre outros motivos, puxado pelo pacote de ajuda financeira do FMI ao Brasil, no valor de US$ 30 bilhões, anunciado na primeira semana daquele mês.
Como o dólar voltou a subir neste mês, contudo, provavelmente a dívida corrigida pela moeda americana deve aumentar novamente quando foi divulgado o resultado de setembro.
Segundo o chefe do Departamento de Operações de Mercado Aberto do Banco Central, Sérgio Goldenstein, a valorização do real representou redução da dívida em R$ 29 bilhões.
A dívida corrigida pela moeda americana no mês passado ficou em R$ 217,87 bilhões, incluídas as operações de "swap" cambial (transações pelas quais o BC garante remuneração em dólar ao investidor). No mês anterior, a dívida corrigida pelo câmbio estava em R$ 249,84 bilhões.
No mês passado, venceram ao todo R$ 18,7 bilhões da dívida interna, mas só foram emitidos R$ 2,3 bilhões de títulos. Portanto foram resgatados R$ 16,4 bilhões. Além disso, o BC recomprou R$ 19 bilhões de títulos.
A soma da recompra de títulos com o efeito da apreciação do câmbio, mais o resgate líquido de papéis, perfaz R$ 64,4 bilhões, portanto R$ 12,8 bilhões a mais do que a redução da dívida. Essa diferença é explicada pela correção monetária da dívida.
O BC anunciou que continuará a retirar parte dos títulos e "swaps" cambiais do mercado. Os US$ 150 milhões que vencem hoje serão resgatados. Para o vencimento de US$ 1,52 bilhão do dia 25, até 50% serão rolados.
Há ainda US$ 1,25 bilhão no dia 1º de outubro, que será renovado em até 70%. Além disso, há mais US$ 3,62 bilhões no dia 17 e US$ 1,09 bilhão no dia 23 de outubro, para os quais os percentuais de rolagem não foram definidos.


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