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MERCADO ABERTO
Brasil amplia mercado para dívida
Ao emitir, achpela primeira vez, títulos da dívida externa atrelados ao real, o governo está abrindo um novo
mercado para captação de recursos. O Brasil passa a contar, a
partir de agora, com os investidores de fora do país que estão
dispostos a aplicar na moeda
brasileira. Esses investidores certamente não comprariam títulos
em real no Brasil, por exemplo.
A avaliação é do economista
Luiz Fernando Figueiredo, sócio-diretor da Mauá Investimentos e
ex-diretor do Banco Central. Para ele, só esse fato já garante mais
tranqüilidade para o governo poder vender seus títulos.
Além disso, Figueiredo destaca
também que essa emissão de títulos externos em real torna a
moeda do país mais negociável.
Ou seja, aumenta a conversibilidade da moeda. "Os investidores
passam a correr o risco na nossa
moeda", diz o economista.
Figueiredo considerou extremamente positivas as condições
tanto de juros como do prazo para o título lançado ontem pelo
Tesouro. Os juros foram de
12,75% ao ano, e o título vence
em 2016. "Quando se imaginou
que o Brasil iria emitir um título
com prazo de mais de dez anos e
a essa taxa de juros prefixada?",
disse Figueiredo.
O mais interessante é que essa
emissão ocorre em meio a um
grande terremoto político envolvendo o governo. Para o economista José Alexandre Scheinkman, professor da Universidade
Princeton (EUA), esse lançamento de ontem é sinal de maturidade da economia brasileira.
Segundo Scheinkman, os países passam por crises políticas,
mas o efeito delas sobre a economia às vezes é muito pequeno. A
Itália, por exemplo, nas décadas
de 1960 e 1970, sofreu inúmeras
crises, inclusive com trocas de
gabinetes, e nem por isso a economia deixou de crescer em ritmo acelerado. "Os fundamentos
da economia brasileira estão melhores e garantindo essa tranqüilidade", diz Scheinkman.
EM PORTUGAL
A Embratur quer atingir 2
milhões de consumidores com
uma campanha de divulgação
do Brasil que realiza em Portugal. A entidade apóia a rede de
supermercados portuguesa
Intermarché, que neste mês divulga informações do Brasil
para seus clientes. A Apex viabilizou uma seleção de produtos brasileiros para serem vendidos na rede.
MISTURA
A Smirnoff apresenta neste
mês um de seus principais lançamentos para o ano, uma caipirinha de vodca pronta para
beber. O lançamento do produto irá receber 30% da verba
anual de marketing da marca.
CAPITAL DO PÃO
De 4 a 8 de outubro, Belo Horizonte será sede de uma série
de eventos do setor de panificação. Um dos principais será
o congresso brasileiro da indústria de panificação e confeitaria. Os eventos devem gerar
R$ 80 milhões em negócios.
APOSTA MUSICAL
A fabricante de instrumentos musicais Yamaha Musical
pretende investir no segmento de templos religiosos no
Brasil. Segundo a empresa japonesa, a maioria das igrejas
estimula atividades musicais.
A intenção da companhia é
ajudar no desenvolvimento
dos sistemas de sons desses
espaços. O presidente da empresa, o japonês Kenishi Matsushiro, diz que os equipamentos de som digitais são os
que melhor se enquadram no
perfil desses consumidores. A
estratégia de se aproximar do
público religioso não fica restrita ao Brasil. América Latina
e EUA são outro alvo da empresa, que viu suas vendas no
Brasil crescerem 30% até o
mês de agosto. O dólar fraco
ajudou a Yamaha, que importa seus produtos. Matsushiro, no entanto, não acredita
na manutenção da moeda
nesse patamar, motivo pelo
qual aposta em novos mercados, como o religioso.
EFEITO "MENSALÃO"
As máquinas picotadoras de documentos estão
em alta. Em tempos de
"mensalão", a Procalc, que
vende esses equipamentos, viu as vendas do produto crescerem 300% em
2004. "Só em Belo Horizonte, as vendas subiram
400% neste ano. Parece
que Marcos Valério está
presenteando seus amigos
com picotadoras", diz Lucas Huang, diretor comercial da empresa. Huang
diz que a máquina não
tem como principal função esconder fraudes. "As
empresas podem garantir
a segurança de informações comerciais sigilosas."
A Procalc, cujo principal
negócio é a venda de calculadoras, espera que a
participação das vendas
das picotadoras passe dos
atuais 15% para quase 30%
do faturamento total neste
ano. Ao todo, as vendas da
empresa em 2005 devem
crescer 40%.
PAPEL FRACO
O crescimento econômico
ainda não chegou ao setor de
papel. Diferentemente da celulose, cujas vendas estão em
alta no ano, o mercado de papel patina. Segundo Osmar
Zogbi, presidente da Bracelpa
(associação dos fabricantes
de papel e celulose), as exportações de papel não são um
negócio atraente para as fabricantes. "O frete para os
principais mercados está
muito alto. O papel não é tão
competitivo como a celulose,
que tem embarcações próprias para o transporte."
ALÍVIO QUÍMICO
Depois da queda de julho, o setor atacadista de produtos químicos voltou a crescer. Em agosto,
as vendas medidas em dólar subiram 12,4% ante julho. A última
vez que o setor registrou mais de
10% de crescimento foi em fevereiro. Na comparação em reais, as
vendas cresceram, em média,
11,8% em relação a junho.
DERRADEIRO
A consultoria imobiliária Jones
Lang LaSalle foi contratada para
vender o último grande terreno
da avenida Brigadeiro Faria Lima.
A área tem 4.800 m2. Para a consultoria, o aquecimento do mercado imobiliário deve permitir
uma negociação rápida do imóvel. O valor estimado dele passa
dos R$ 30 milhões.
NOVA FEBRE
A telefonia pela internet (VoIP)
no Brasil é uma coqueluche. Interessada no mercado brasileiro, a
americana Arvana U.S., presente
em 5.000 cidades do mundo, assinou joint venture com a brasileira
Global Info, que administra uma
rede de 300 provedores de internet. O resultado da união é a Arvana Comunicações do Brasil.
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