São Paulo, terça-feira, 20 de setembro de 2005

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Empresa e banco também devem emitir em reais

DA REPORTAGEM LOCAL

A emissão de títulos em reais no mercado internacional realizada pelo governo ontem tende a fazer com que instituições financeiras e empresas sigam o mesmo caminho, avaliam analistas. Ontem, o Bradesco já aproveitou a janela aberta pelo governo e também abriu uma emissão de bônus denominados em reais.
O Bradesco realizou um captação desse tipo no ano passado. A nova operação do banco pretende movimentar US$ 100 milhões com títulos de prazo de cinco anos. A oferta deve ser encerrada em cerca de dois dias. Analistas afirmam que o montante final pode ficar acima do anunciado, pois os investidores mostraram ontem ter bastante interesse por bônus desse tipo.
"O mercado internacional está com uma forte liquidez. Devemos ter outras captações desse tipo, especialmente entre os bancos", diz Luiz Fernando Lopes, do Pátria Banco de Negócios. Em 2004, outras instituições, como o Unibanco e o Banco Votorantim, conseguiram captar lá fora por meio de títulos em reais.
Para Jorge Simino, sócio-diretor da MS Consult, a operação de ontem "é mais um sinal de que o Brail terá em breve um aumento de "rating" [nota de avaliação de risco]". "Com o resultado da emissão, o mercado demonstrou confiança no andamento da economia brasileira e que não está preocupado com o futuro do cenário político. Só falta agora as agências de classificação de risco se manifestarem", avalia Simino.
Se o "rating" do Brasil sobe, facilita ainda mais o acesso de empresas, bancos e do próprio governo ao mercado internacional. Isso porque o "rating" mostra se há maiores ou menores chances de um país dar calote em suas dívidas. Quanto menor a possibilidade de calote, mais baratos ficam os custos na hora de pegar empréstimos no exterior.
"Há possibilidade de o governo voltar ao mercado externo para colocar mais títulos denominados em reais ainda neste ano. Mas isso vai depender das condições do mercado nos próximos meses", diz Alex Agostini, economista-chefe da Global Invest Asset. (FV)


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