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Empresa e banco
também devem
emitir em reais
DA REPORTAGEM LOCAL
A emissão de títulos em reais
no mercado internacional realizada pelo governo ontem tende a fazer com que instituições
financeiras e empresas sigam o
mesmo caminho, avaliam analistas. Ontem, o Bradesco já
aproveitou a janela aberta pelo
governo e também abriu uma
emissão de bônus denominados em reais.
O Bradesco realizou um captação desse tipo no ano passado. A nova operação do banco
pretende movimentar US$ 100
milhões com títulos de prazo
de cinco anos. A oferta deve ser
encerrada em cerca de dois
dias. Analistas afirmam que o
montante final pode ficar acima do anunciado, pois os investidores mostraram ontem
ter bastante interesse por bônus desse tipo.
"O mercado internacional está com uma forte liquidez. Devemos ter outras captações
desse tipo, especialmente entre
os bancos", diz Luiz Fernando
Lopes, do Pátria Banco de Negócios. Em 2004, outras instituições, como o Unibanco e o
Banco Votorantim, conseguiram captar lá fora por meio de
títulos em reais.
Para Jorge Simino, sócio-diretor da MS Consult, a operação de ontem "é mais um sinal
de que o Brail terá em breve um
aumento de "rating" [nota de
avaliação de risco]". "Com o
resultado da emissão, o mercado demonstrou confiança no
andamento da economia brasileira e que não está preocupado
com o futuro do cenário político. Só falta agora as agências de
classificação de risco se manifestarem", avalia Simino.
Se o "rating" do Brasil sobe,
facilita ainda mais o acesso de
empresas, bancos e do próprio
governo ao mercado internacional. Isso porque o "rating"
mostra se há maiores ou menores chances de um país dar calote em suas dívidas. Quanto
menor a possibilidade de calote, mais baratos ficam os custos
na hora de pegar empréstimos
no exterior.
"Há possibilidade de o governo voltar ao mercado externo
para colocar mais títulos denominados em reais ainda neste
ano. Mas isso vai depender das
condições do mercado nos
próximos meses", diz Alex
Agostini, economista-chefe da
Global Invest Asset.
(FV)
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