São Paulo, terça-feira, 20 de setembro de 2005

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Argentina vai emitir títulos de até US$ 2 bi

MAELI PRADO
DE BUENOS AIRES

Com a forte demanda por títulos de países emergentes, o risco-país da Argentina caiu ao menor patamar desde março de 1998: ao final da tarde de ontem, o indicador estava em 388 pontos. Ontem, o país vizinho anunciou que vai emitir até US$ 2 bilhões em títulos da dívida com vencimento em 2015.
Segundo a imprensa local, os bônus serão colocados no mercado provavelmente amanhã. Depois da reestruturação da dívida, o país tem de enfrentar vencimentos que totalizam US$ 3,8 bilhões no quarto trimestre deste ano.
Os títulos da Argentina estão em alta no mercado internacional. A recomendação de muitos bancos de investimento para os bônus emitidos pelo país vizinho vem sendo melhor inclusive do que a para os títulos brasileiros.
A recomendação do banco Lehman Brothers, por exemplo, para os títulos da dívida argentina, é "outperform", ou seja, a avaliação é que rendem mais do que a média do mercado. Para o Brasil, a recomendação é "neutral" (ou seja, na média do mercado).
"No curto e médio prazos estamos mais otimistas com a Argentina. No longo prazo, mais otimistas com o Brasil", diz o analista John Welch, do Lehman Brothers. "Todas as denúncias no Brasil deixaram o país um pouco para trás."
Segundo Paulo Goldberg, analista para mercados emergentes do banco de investimentos Merryl Lynch, a Argentina vem sendo mais recomendada do que o Brasil. "Estamos recomendando sobretudo os títulos da dívida em pesos."
Mesmo assim, os bancos começam a ficar um pouco mais cautelosos em relação aos títulos argentinos. Isso porque a avaliação é que os preços dos bônus subiram e pode ser melhor esperar novas emissões.
"Mesmo assim, os bônus argentinos ainda parecem mais baratos se você inclui os que estão vinculados ao crescimento do PIB", disse Welch.
O país vizinho deve crescer 7% neste ano, e há alguns títulos que possuem rendimento extra de acordo com o comportamento do PIB.
Ontem à tarde, o risco-país brasileiro estava em 364 pontos, ainda abaixo do argentino, segundo informações do banco de investimentos JP Morgan, que calcula o indicador.
O risco-país mede o quanto a mais de juros em relação à taxa dos títulos americanos os investidores querem para aceitar os papéis de determinado país.


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