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Argentina vai
emitir títulos
de até US$ 2 bi
MAELI PRADO
DE BUENOS AIRES
Com a forte demanda por títulos de países emergentes, o
risco-país da Argentina caiu ao
menor patamar desde março
de 1998: ao final da tarde de ontem, o indicador estava em 388
pontos. Ontem, o país vizinho
anunciou que vai emitir até
US$ 2 bilhões em títulos da dívida com vencimento em 2015.
Segundo a imprensa local, os
bônus serão colocados no mercado provavelmente amanhã.
Depois da reestruturação da dívida, o país tem de enfrentar
vencimentos que totalizam
US$ 3,8 bilhões no quarto trimestre deste ano.
Os títulos da Argentina estão
em alta no mercado internacional. A recomendação de muitos bancos de investimento para os bônus emitidos pelo país
vizinho vem sendo melhor inclusive do que a para os títulos
brasileiros.
A recomendação do banco
Lehman Brothers, por exemplo, para os títulos da dívida argentina, é "outperform", ou seja, a avaliação é que rendem
mais do que a média do mercado. Para o Brasil, a recomendação é "neutral" (ou seja, na média do mercado).
"No curto e médio prazos estamos mais otimistas com a
Argentina. No longo prazo,
mais otimistas com o Brasil",
diz o analista John Welch, do
Lehman Brothers. "Todas as
denúncias no Brasil deixaram o
país um pouco para trás."
Segundo Paulo Goldberg,
analista para mercados emergentes do banco de investimentos Merryl Lynch, a Argentina vem sendo mais recomendada do que o Brasil. "Estamos
recomendando sobretudo os
títulos da dívida em pesos."
Mesmo assim, os bancos começam a ficar um pouco mais
cautelosos em relação aos títulos argentinos. Isso porque a
avaliação é que os preços dos
bônus subiram e pode ser melhor esperar novas emissões.
"Mesmo assim, os bônus argentinos ainda parecem mais
baratos se você inclui os que estão vinculados ao crescimento
do PIB", disse Welch.
O país vizinho deve crescer
7% neste ano, e há alguns títulos que possuem rendimento
extra de acordo com o comportamento do PIB.
Ontem à tarde, o risco-país
brasileiro estava em 364 pontos, ainda abaixo do argentino,
segundo informações do banco
de investimentos JP Morgan,
que calcula o indicador.
O risco-país mede o quanto a
mais de juros em relação à taxa
dos títulos americanos os investidores querem para aceitar
os papéis de determinado país.
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