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Petrobras é acionada para garantir gás
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Preocupado com o aumento da
participação das termelétricas na
geração de energia, o governo já
acionou a Petrobras para garantir
o suprimento de gás natural para
essas usinas. Além de garantir o
suprimento, a estatal terá de cumprir determinações contratuais e
de uma portaria interministerial
que determina o preço e a forma
de reajuste do insumo. O objetivo
é garantir condições de participação dessas usinas nos leilões de
oferta de energia.
Segundo a Folha apurou, em
reunião recente com a direção da
estatal, a ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil) lembrou que está em
vigor uma portaria interministerial de 2002, que estabelece um
preço fixo, em reais, para o gás
das termelétricas por um período
de 12 meses e dá a fórmula para o
seu reajuste. Ela lembrou a necessidade de a Petrobras providenciar gás suficiente para as usinas.
A preocupação do governo é
evitar que a estatal aumente o preço do insumo e, dessa forma, dificulte a participação das termelétricas no leilão de oferta de energia, em um momento em que aumenta a importância dessas usinas para compensar as dificuldades em incrementar a oferta de
energia por meio de hidrelétricas.
Em janeiro do ano passado, o
governo descobriu que as usinas
termelétricas do PPT (Programa
Prioritário de Termeletricidade)
no Nordeste tinham capacidade
de gerar apenas 34% da energia
esperada. O problema é a falta de
gás natural, matéria-prima para
geração de energia nessas usinas.
O gás, de acordo com as regras do
programa, teria fornecimento garantido pela Petrobras.
A verdadeira capacidade de geração das termelétricas do PPT ficou conhecida quando o governo
tentou acioná-las, a plena carga,
para evitar o racionamento no
Nordeste, no final de 2003. Na
ocasião, não foi possível acioná-las, e o seguro "apagão" foi usado.
Quando o problema veio à tona,
a Petrobras informou que havia
alertado o governo, desde 2001,
sobre as dificuldades do atendimento às termelétricas do PPT na
região Nordeste, tanto com relação à quantidade de gás disponível como com relação às ampliações na infra-estrutura existente.
Segundo a empresa, o alerta teria sido feito à extinta Câmara de
Gestão da Crise de Energia, coordenada pelo então ministro-chefe
da Casa Civil Pedro Parente.
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