São Paulo, sábado, 20 de setembro de 2008

Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Mantega pressiona BC para baixar juro

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem evitado falar publicamente sobre política monetária, mas, em reuniões internas, inclusive com a presença de diretores do Banco Central, esse tem sido seu tema predileto. Mantega quer que o Banco Central pare de subir os juros.
A grande preocupação de Mantega é com relação ao crescimento do país em 2009. Ele acha que o Brasil já vai sofrer os efeitos da recessão global, assim como os demais países emergentes, e o momento agora não seria mais adequado para frear a demanda interna. Tanto que a grande maioria dos países hoje está baixando os juros.
Nesta semana, Mantega deixou bem clara sua posição em algumas reuniões da equipe econômica com o presidente Lula para avaliar as conseqüências da crise financeira global. Ao contrário do Banco Central, o ministro da Fazenda quer que o governo adote medidas para estimular o mercado interno com o objetivo de compensar a queda considerada inevitável do comércio externo.
Além dessas razões, Mantega acha também que a inflação já não justifica mais o conservadorismo exagerado do Banco Central. A desaceleração que vêm mostrando os índices de preços, alguns deles tendo inclusive registrado deflação, reforça a sua tese de que já não há mais necessidade de tanto aperto na política monetária.
Mantega tem repetido sempre o exemplo dos anos de 2004 e 2005, quando, na sua opinião, o Banco Central exagerou na dose do aperto monetário. O PIB de 2006 acabou crescendo apenas 3,6%.
O receio de Mantega é o de que ocorra a mesma coisa em 2009. Neste ano, a economia deve crescer mesmo alguma coisa entre 5% e 5,5%, mas, para o ano que vem, o ritmo deve se desacelerar.
O ministro da Fazenda acha que o país tem todas as condições de crescer alguma coisa como 4,5% em 2009, mas, se o Banco Central mantiver o conservadorismo, será impossível. O crescimento deve baixar para 3,5% ou até menos.

VATAPÁ

Laurent Suaudeau, chef francês radicado no Brasil, foi convidado pela Apex-Brasil para participar do Sial 2008 (Salão Internacional de Alimentos), em outubro, na França. O chef vai preparar para os visitantes um menu com produtos de mais de cem empresas de alimentos e bebidas brasileiras que estarão no evento.

NA ESTRADA

O Makro investirá R$ 240 milhões para abrir lojas e postos de combustíveis no ano que vem. Neste ano, o investimento deve somar R$ 200 milhões. Rubens Batista Júnior, presidente da empresa, diz que a rede deve chegar a cem lojas até 2012. "Estamos privilegiando as cidades médias no plano de expansão. Nosso objetivo é estar em todas as cidades acima de 300 mil habitantes até 2012", diz Batista Júnior. O Makro intensificará a presença nos seus negócios complementares: até o fim do ano que vem, serão abertos 16 postos de combustíveis -atualmente, o Makro tem 26. Também está nos planos da empresa a abertura de dez restaurantes em 2009.

CALCULADORA

Para Lula, o gás de cozinha deveria custar R$ 10. Mas, segundo cálculos do Sindigás, isso é impossível porque o custo do gás na refinaria já é de R$ 11,34. Ueze Zahran, presidente da Copagaz, acha que nem se a Petrobras fornecesse o gás de graça e houvesse isenção de impostos (R$ 7,69) o botijão chegaria ao consumidor por esse valor. Na margem da distribuidora estão custos de frete, engarrafamento, despesas administrativas e margens dos representantes, que levam o produto à casa do consumidor.

A VINGANÇA
Nick Leeson, operador de mercado, foi acusado de ser o solitário responsável pela quebra do centenário Barings, o chamado "banco da rainha" (da Inglaterra), em 1995. Purgou seis anos e meio de cadeia em Cingapura. Volta agora, pelas páginas do "The Guardian", com a cobrança: "Pelo meu papel no colapso do Barings fui perseguido mundo afora e terminei sentenciado a seis anos e meio de cadeia em Cingapura. Quem vai perseguir os indivíduos descuidados responsáveis por essa catástrofe financeira? Aparentemente ninguém".

METAL
A expansão da Usiminas Mecânica, empresa de bens de capital do grupo Usiminas, na usina de Ipatinga (MG), entrou em funcionamento com investimentos de R$ 7 milhões. A capacidade de produção foi ampliada em 33%, para 4.000 toneladas por mês. A empresa também acaba de fechar contrato com a Nuclep (Nuclebrás Equipamentos Pesados).

NO CAIXA
A média de gastos mensais no cartão de crédito foi de R$ 178 em setembro, segundo a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços). No mesmo mês de 2007, a média era de R$ 171. No ano, o gasto médio por cartão supera R$ 2.000. Segundo a Abecs, a indústria de cartões espera aumentar em 20% o faturamento neste ano.

com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI



Próximo Texto: Pacote dos EUA levanta mercados globais
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.