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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Mantega pressiona BC para baixar juro
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem evitado falar
publicamente sobre política
monetária, mas, em reuniões
internas, inclusive com a presença de diretores do Banco
Central, esse tem sido seu tema
predileto. Mantega quer que o
Banco Central pare de subir os
juros.
A grande preocupação de
Mantega é com relação ao crescimento do país em 2009. Ele
acha que o Brasil já vai sofrer os
efeitos da recessão global, assim como os demais países
emergentes, e o momento agora não seria mais adequado para frear a demanda interna.
Tanto que a grande maioria dos
países hoje está baixando os juros.
Nesta semana, Mantega deixou bem clara sua posição em
algumas reuniões da equipe
econômica com o presidente
Lula para avaliar as conseqüências da crise financeira global.
Ao contrário do Banco Central,
o ministro da Fazenda quer que
o governo adote medidas para
estimular o mercado interno
com o objetivo de compensar a
queda considerada inevitável
do comércio externo.
Além dessas razões, Mantega
acha também que a inflação já
não justifica mais o conservadorismo exagerado do Banco
Central. A desaceleração que
vêm mostrando os índices de
preços, alguns deles tendo inclusive registrado deflação, reforça a sua tese de que já não há
mais necessidade de tanto
aperto na política monetária.
Mantega tem repetido sempre o exemplo dos anos de
2004 e 2005, quando, na sua
opinião, o Banco Central exagerou na dose do aperto monetário. O PIB de 2006 acabou
crescendo apenas 3,6%.
O receio de Mantega é o de
que ocorra a mesma coisa em
2009. Neste ano, a economia
deve crescer mesmo alguma
coisa entre 5% e 5,5%, mas, para o ano que vem, o ritmo deve
se desacelerar.
O ministro da Fazenda acha
que o país tem todas as condições de crescer alguma coisa
como 4,5% em 2009, mas, se o
Banco Central mantiver o conservadorismo, será impossível.
O crescimento deve baixar para
3,5% ou até menos.
VATAPÁ
Laurent Suaudeau, chef francês radicado no Brasil, foi
convidado pela Apex-Brasil para participar do Sial 2008
(Salão Internacional de Alimentos), em outubro, na França. O chef vai preparar para os visitantes um menu com
produtos de mais de cem empresas de alimentos e bebidas brasileiras que estarão no evento.
NA ESTRADA
O Makro investirá R$ 240 milhões para abrir lojas e postos de combustíveis no ano que vem. Neste ano, o investimento deve somar R$ 200 milhões. Rubens Batista Júnior,
presidente da empresa, diz que a rede deve chegar a cem lojas até 2012. "Estamos privilegiando as cidades médias no
plano de expansão. Nosso objetivo é estar em todas as cidades acima de 300 mil habitantes até 2012", diz Batista Júnior. O Makro intensificará a presença nos seus negócios
complementares: até o fim do ano que vem, serão abertos 16
postos de combustíveis -atualmente, o Makro tem 26. Também está nos planos da empresa a abertura de dez restaurantes em 2009.
CALCULADORA
Para Lula, o gás de cozinha deveria custar R$ 10. Mas,
segundo cálculos do Sindigás, isso é impossível porque o
custo do gás na refinaria já é de R$ 11,34. Ueze Zahran,
presidente da Copagaz, acha que nem se a Petrobras fornecesse o gás de graça e houvesse isenção de impostos
(R$ 7,69) o botijão chegaria ao consumidor por esse valor.
Na margem da distribuidora estão custos de frete, engarrafamento, despesas administrativas e margens dos representantes, que levam o produto à casa do consumidor.
A VINGANÇA
Nick Leeson, operador de
mercado, foi acusado de ser o
solitário responsável pela quebra do centenário Barings, o
chamado "banco da rainha" (da
Inglaterra), em 1995. Purgou
seis anos e meio de cadeia em
Cingapura. Volta agora, pelas
páginas do "The Guardian",
com a cobrança: "Pelo meu papel no colapso do Barings fui
perseguido mundo afora e terminei sentenciado a seis anos e
meio de cadeia em Cingapura.
Quem vai perseguir os indivíduos descuidados responsáveis
por essa catástrofe financeira?
Aparentemente ninguém".
METAL
A expansão da Usiminas
Mecânica, empresa de bens
de capital do grupo Usiminas, na usina de Ipatinga
(MG), entrou em funcionamento com investimentos
de R$ 7 milhões. A capacidade de produção foi ampliada
em 33%, para 4.000 toneladas por mês. A empresa também acaba de fechar contrato com a Nuclep (Nuclebrás
Equipamentos Pesados).
NO CAIXA
A média de gastos mensais
no cartão de crédito foi de
R$ 178 em setembro, segundo a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços).
No mesmo mês de 2007, a
média era de R$ 171. No ano,
o gasto médio por cartão supera R$ 2.000. Segundo a
Abecs, a indústria de cartões
espera aumentar em 20% o
faturamento neste ano.
com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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