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Pacote dos EUA levanta mercados globais
Plano do governo Bush de absorver papéis podres e medidas contra especulação animam investidores após semana de pânico
Tesouro americano fala em "chegar ao coração do problema'; Bovespa sobe 9,57%, maior alta desde 99, e dólar cai 5,13%, a R$ 1,83
DA REDAÇÃO
A semana que começou com
concordata e venda de bancos e
o resgate bilionário da maior
seguradora mundial terminou
com um dos maiores momentos de euforia da história dos
mercados, com Bolsas pelo
mundo batendo recordes diante da confirmação do pacote da
administração Bush para "chegar ao coração do problema",
nas palavras do secretário do
Tesouro, Henry Paulson.
A medida mais abrangente,
ainda em gestação, deve ser a
criação de uma espécie de
agência federal que assumiria
os papéis podres. Foram eles
que implodiram os mercados e
ameaçavam intensificar ainda
mais a crise.
Outras medidas, já anunciadas, incluem a injeção de centenas de bilhões de dólares para
elevar a liqüidez dos mercados,
que ficaram praticamente congelados e em pânico na quarta-feira, e a proibição de operações que possibilitavam apostar na quebra de empresas.
Nos EUA, o índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, subiu 3,35% um dia
depois de ter registrado sua
maior alta do ano. A Bovespa
subiu 9,57%, a maior elevação
diária desde janeiro de 1999. O
dólar fechou em R$ 1,831, queda de 5,13%.
Na Europa, as Bolsas de Londres e Paris tiveram seus maiores avanços da história num
único dia, de 8,84% e 9,27%,
respectivamente.
Mas a euforia não significa o
fim da crise. Críticos nos EUA
dizem que o governo está apenas adiando um ajuste final dos
mercados, inundados por títulos podres que sucumbiram
desde o colapso do sistema
imobiliário americano.
O pacote de Bush, que fontes
do setor financeiro dizem que
pode chegar a US$ 800 bilhões,
ainda terá de ser aprovado pelo
Congresso, de maioria democrata e a poucas semanas da
disputada eleição presidencial.
"Isso [o pacote] precisa ser
grande o suficiente para fazer
realmente uma diferença e
chegar ao coração do problema", afirmou o secretário do
Tesouro, Henry Paulson, autor
da previsão de que a ajuda possa chegar a centenas de bilhões.
Mas já há políticos prevendo
que ela chegará a US$ 1 trilhão
(quase o PIB do Brasil no ano
passado, de US$ 1,3 trilhão).
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