São Paulo, sábado, 20 de setembro de 2008

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Pacote dos EUA levanta mercados globais

Plano do governo Bush de absorver papéis podres e medidas contra especulação animam investidores após semana de pânico

Tesouro americano fala em "chegar ao coração do problema'; Bovespa sobe 9,57%, maior alta desde 99, e dólar cai 5,13%, a R$ 1,83

DA REDAÇÃO

A semana que começou com concordata e venda de bancos e o resgate bilionário da maior seguradora mundial terminou com um dos maiores momentos de euforia da história dos mercados, com Bolsas pelo mundo batendo recordes diante da confirmação do pacote da administração Bush para "chegar ao coração do problema", nas palavras do secretário do Tesouro, Henry Paulson.
A medida mais abrangente, ainda em gestação, deve ser a criação de uma espécie de agência federal que assumiria os papéis podres. Foram eles que implodiram os mercados e ameaçavam intensificar ainda mais a crise.
Outras medidas, já anunciadas, incluem a injeção de centenas de bilhões de dólares para elevar a liqüidez dos mercados, que ficaram praticamente congelados e em pânico na quarta-feira, e a proibição de operações que possibilitavam apostar na quebra de empresas.
Nos EUA, o índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, subiu 3,35% um dia depois de ter registrado sua maior alta do ano. A Bovespa subiu 9,57%, a maior elevação diária desde janeiro de 1999. O dólar fechou em R$ 1,831, queda de 5,13%.
Na Europa, as Bolsas de Londres e Paris tiveram seus maiores avanços da história num único dia, de 8,84% e 9,27%, respectivamente.
Mas a euforia não significa o fim da crise. Críticos nos EUA dizem que o governo está apenas adiando um ajuste final dos mercados, inundados por títulos podres que sucumbiram desde o colapso do sistema imobiliário americano.
O pacote de Bush, que fontes do setor financeiro dizem que pode chegar a US$ 800 bilhões, ainda terá de ser aprovado pelo Congresso, de maioria democrata e a poucas semanas da disputada eleição presidencial.
"Isso [o pacote] precisa ser grande o suficiente para fazer realmente uma diferença e chegar ao coração do problema", afirmou o secretário do Tesouro, Henry Paulson, autor da previsão de que a ajuda possa chegar a centenas de bilhões. Mas já há políticos prevendo que ela chegará a US$ 1 trilhão (quase o PIB do Brasil no ano passado, de US$ 1,3 trilhão).


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