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COMÉRCIO
Congresso promove seminário
Negociador dos EUA debate Alca no Brasil
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O embaixador norte-americano Peter Allgeier, co-presidente
da Alca (Área de Livre Comércio
das Américas), chega ao Brasil para informar os parlamentares e
autoridades brasileiras sobre a
proposta de seu país para criar
uma zona de livre comércio nas
Américas.
Allgeier participa do seminário
organizado pelo Congresso brasileiro e o Parlamento Latino-Americano, "O Papel dos Legisladores
na Alca", que começa hoje em
Brasília. O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva estará presente à
abertura do evento.
O embaixador brasileiro Adhemar Bahadian, o outro co-presidente da Alca, também será um
dos expositores.
O debate acontece depois do
fracasso da reunião ministerial da
Alca que aconteceu no início deste mês em Trinidad e Tobago.
Diferenças
Naquela reunião, o Mercosul e
os Estados Unidos foram os únicos a apresentarem uma proposta
completa de negociação. No entanto as duas visões de Alca são
um tanto diferentes.
Os norte-americanos defendem
o que chamam de um acordo amplo, que incluiria temas como
compras governamentais, investimentos e regras de propriedade
intelectual.
Mas os Estados Unidos não incorporam à sua agenda "ampla"
dois temas centrais para o Brasil:
subsídios agrícolas e regras de defesa comercial (anti-dumping).
A estratégia de negociação do
Mercosul frente à dificuldade de
negociar com os EUA os dois temas que lhe interessam foi retirar
da mesa as questões de investimentos, compras governamentais e propriedade intelectual.
Uma das principais diferenças
entre as propostas, além do escopo das negociações, é o próprio
formato final do acordo. Na visão
de Alca do Mercosul, corroborada pelo presidente Lula e seu colega argentino, Néstor Kirchner, na
semana passada, os sócios da zona de livre comércio teriam liberdade para negociar acordos mais
amplos bilateralmente.
Pela idéia, se um país do Caribe
quiser acertar com os EUA questões de compras governamentais
ou de propriedade intelectual terá
toda a liberdade.
Esse tipo de acordo, no entanto,
não implica obrigações para os
demais membros.
Críticas
Os Estados Unidos, por outro
lado, preferem um único acordo
em que todas as relações entre os
34 países do continente sejam regulamentadas pela mesma regra.
A postura do Brasil em Trinidad
e Tobago provocou críticas dentro do próprio governo Lula. Os
ministros do Desenvolvimento,
Luiz Fernando Furlan, e da Agricultura, Roberto Rodrigues, reclamaram da atuação do Itamaraty em Trinidad e Tobago.
O presidente, embora tenha pedido maior participação de Furlan e Rodrigues no processo negociador, deu sinais claros de que
não mexerá na proposta.
Na semana passada, Allgeier e
Bahadian encontraram-se em
Washington para tentar retomar
as conversas. Segundo Bahadian,
o encontro serviu para devolver
um certo "pragmatismo" às negociações e retirar delas um "clima de Fla-Flu".
Lula abrirá o seminário no final
da tarde de hoje. Os co-presidentes Bahadian e Allgeier fazem suas
exposições amanhã.
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