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QUEDA-DE-BRAÇO
Presidente chinês diz que cotação é coerente com situação econômica
China descarta mudança no câmbio
ALAN WHEATLEY
DA REUTERS
O presidente da China, Hu Jintao, rejeitou ontem pedidos dos
Estados Unidos para que Pequim
reavalie sua moeda, mas garantiu
que o país manterá a promessa de
abrir seu pujante mercado à concorrência estrangeira.
O presidente americano, George W. Bush, que disputará a reeleição em novembro de 2004, tem
sofrido pressões de fabricantes
americanos para fazer lobby com
a China para liberar o yuan e deixá-lo flutuar para um valor maior
em reação às forças de mercado.
Alguns legisladores americanos, perturbados com a rápida alta do superávit comercial da China, que, dizem, tem custado empregos aos americanos, ameaçaram revogar os privilégios comerciais de Pequim nos EUA.
As moedas asiáticas subitamente surgiram como uma questão
premente para os eleitores americanos. Em Tóquio, na sexta-feira,
na primeira escala de uma turnê
por seis países da Ásia, Bush sugeriu que o primeiro-ministro Junichiro Koizumi contenha as iniciativas para enfraquecer o iene, dizendo-lhe que os mercados devem definir as taxas de câmbio.
Hu e Bush não se referiram à
questão da moeda depois de uma
reunião sobre detalhes da cúpula
Ásia-Pacífico, mas o líder chinês
disse que concordaram em solucionar por meio do diálogo eventuais disputas comerciais.
Bush disse que discutiu com Hu
"a necessidade de garantir que o
comércio seja aberto e que ambos
os países se beneficiem dele".
Os exportadores americanos
têm crescentes dúvidas sobre os
benefícios; segundo eles, a taxa
virtualmente fixa do yuan a 8,28
por dólar é fraca demais diante da
pujança da economia chinesa e
seus US$ 384 bilhões em reservas.
Mas, em um discurso para empresários antes da reunião com
Bush, Hu repetiu o mantra de Pequim de que sua política cambial
é coerente com a atual situação da
economia chinesa, seu nível de regulamentação financeira e a situação de suas empresas.
"Com base nesse sistema, manter a taxa de câmbio do yuan estável atende ao desempenho econômico da China e às exigências do
desenvolvimento econômico da
região Ásia-Pacífico e do mundo
todo", disse ele. "Vamos manter a
estabilidade básica da taxa de
câmbio do yuan em um nível razoável e equilibrado", afirmou.
Muitos economistas concordam com os criadores de políticas
chineses de que os bancos da China são tão fracos que liberar prematuramente o yuan e desarmar
os controles de capital poderiam
precipitar uma crise financeira na
sexta maior economia do mundo.
O presidente do Banco Central
da China, Zhou Xiaochuan, disse
que uma reavaliação poderia deixar milhões de agricultores chineses sem trabalho e reafirmou a determinação das autoridades para
evitar a pressão especulativa por
um yuan mais forte.
"Numa visão para desencorajar
a especulação com "dinheiro
quente", é recomendável garantir
sua estabilidade", disse Zhou.
"Esse tipo de especulação muito
provavelmente fracassará."
Alerta às sensibilidades políticas, Hu disse que a China continuará abrindo seu mercado de 1,3
bilhão de pessoas, como prometeu quando o país ingressou na
Organização Mundial do Comércio, no final de 2001.
Hu lembrou que a China resistiu à tentação de acompanhar
muitos de seus vizinhos, que desvalorizaram suas moedas na crise
econômica asiática de 1997/98.
"A China deu sua contribuição
para a estabilidade financeira e
econômica da Ásia e do mundo
em geral. Seguiremos a mesma
abordagem responsável com a taxa de câmbio do yuan agora."
Tradução de Luiz Roberto Gonçalves
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