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COFRE CHEIO
Arrecadação do mês passado teve aumento real de 19,4%; no ano, crescimento descontada a inflação é de 11,72%
Receita tributária até setembro é recorde
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A arrecadação de tributos federais de janeiro a setembro alcançou R$ 240,4 bilhões (descontada
a inflação pelo IPCA), o maior valor já registrado pela Receita para
o período. O total obtido com a
Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), no entanto, caiu em setembro em relação a agosto. O tributo
tem sido apontado como um dos
principais fatores para os sucessivos recordes de arrecadação do
governo neste ano.
Em fevereiro deste ano, com o
fim da cumulatividade do tributo,
a alíquota foi elevada de 3% para
7,6%. A Cofins passou também a
incidir sobre produtos importados (em maio). Em setembro, o
governo arrecadou com a Cofins
R$ 6,717 bilhões, contra R$ 7,056
bilhões no mês anterior -queda
de 4,81% em termos reais (levando-se em conta o efeito da inflação medida pelo IPCA).
Foi a primeira vez desde fevereiro que houve recuo da arrecadação do tributo de um mês para o
outro. No segundo mês do ano, o
governo obteve com a Cofins R$
5,26 bilhões, contra R$ 5,78 bilhões em janeiro. Neste ano, houve a compensação de R$ 795 milhões em créditos com débitos.
Segundo o secretário-adjunto
da Receita Federal Ricardo Pinheiro, a queda é um sinal de estabilização do aumento de arrecadação com o tributo. Segundo ele,
a projeção do governo é que haja
aumento bruto (sem considerar a
inflação) de arrecadação com a
Cofins de aproximadamente 10%
em relação ao valor verificado em
2003, que foi de R$ 59,564 bilhões.
Para ele, o governo já previa
que, assim como o ocorreu com o
PIS (Programa de Integração Social) no ano passado, depois de a
alíquota também ter sido elevada
após o fim da cumulatividade do
tributo, haveria estabilização.
Apesar de a arrecadação ter batido mais um recorde no acumulado do ano, o valor registrado em
setembro não foi recorde para o
mês. Foi superado pelos números
registrados em setembro de 2002,
quando os fundos de pensão pagaram IR que, até então, estava
sendo questionado na Justiça.
Segundo Pinheiro, aquele foi o
último mês para que os fundos
acertassem a situação do tributo
devido ao fisco. "Somente um
fundo [no caso, a Previ, dos funcionários do Banco do Brasil] pagou naquele mês R$ 1,8 bilhão",
disse. Em setembro de 2002, a arrecadação mensal ficou em R$
28,038 bilhões.
Aumento e eficiência
Em setembro, a arrecadação ficou em R$ 27,063 bilhões, com
aumento de 19,4% em termos
reais (pelo IPCA) se comparada
ao mesmo mês de 2003. No acumulado do ano, a variação em relação aos R$ 215 bilhões arrecadados em igual período do ano passado foi de 11,72% (pelo IPCA).
Pinheiro atribuiu o aumento da
arrecadação ao crescimento econômico e a uma maior eficiência
da Receita, no sentido de combater a sonegação e a evasão.
De fato, a arrecadação com tributos incidentes sobre alguns segmentos da economia tem crescido significativamente neste ano.
No caso da indústria automobilística, por exemplo, o valor obtido
com o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) aumentou
14,88% em termos reais, de R$
1,888 bilhão para R$ 2,169 bilhões.
No caso do Imposto de Renda pago pelas empresas, o crescimento
foi de 10,64% (de R$ 26,895 bilhões para R$ 29,756 bilhões).
No mês passado em relação a
agosto, houve pequeno recuo nos
dois casos (IPI total e IR da pessoa
jurídica), mas Pinheiro disse que
o recuo poderia ser explicado por
motivos sazonais (temporários).
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