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País corta produção de lavadoras
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
Os fabricantes brasileiros de lavadoras de roupa decidiram cortar suas linhas de produção em
razão das medidas protecionistas
adotadas pela Argentina de impedir a entrada do produto no país,
segundo informou ontem Paulo
Saab, presidente da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de
Produtos Eletroeletrônicos).
De acordo com Paulo Saab, as
restrições impostas à indústria
brasileira terão impacto no emprego tanto no Brasil quanto na
própria Argentina, onde o setor
conta com uma estrutura de distribuição de seus produtos.
Saab disse, no entanto, que ainda não foram concluídos os estudos dos impactos sobre o emprego das medidas que estão sendo
tomadas pelos produtores brasileiros. "Algumas empresas já estão reduzindo o número de funcionários que atuam em linhas
dedicadas ao mercado argentino,
e outras estão dando férias coletivas ou buscando remanejá-los para outras áreas", diz Saab.
Prejuízo
No total, as exportações para a
Argentina de lavadoras de roupa,
fogões e geladeiras, as três linhas
afetadas pelas medidas protecionistas, representam cerca de 26%
do total das vendas externas brasileiras desses produtos. "É o suficiente para prejudicar a nossa
produção", diz Saab.
A Eletros condenou a decisão
tomada pela Argentina de autorizar a importação de geladeiras de
Chile, México, Tailândia, Coréia
do Sul e EUA. Segundo a Eletros, a
Argentina rompeu o acordo firmado com o Brasil, que fixava
uma participação de 50% para as
geladeiras no mercado local. Os
outros 50% seriam ocupados pelos fabricantes argentinos.
"Eles [Argentina] estão abrindo
espaço para o ingresso de produtos de terceiros países, enquanto
os nossos refrigeradores estão
com entrada restrita", disse o presidente da Eletros, Paulo Saab.
Pelo acordo firmado entre Brasil e Argentina, os brasileiros limitariam suas exportações ao vizinho para impulsionar os fabricantes argentinos de geladeiras.
O acordo previa a aplicação de
uma cota de 18 mil unidades em
outubro para o Brasil. "Avaliamos
que a cota é pelo menos 50% inferior ao que deveria ser considerada como base de mercado hoje",
afirmou Saab.
Segundo ele, essa cota não considera o crescimento de 20% registrado no mercado argentino
no último trimestre.
Saab informou que os fabricantes associados à Eletros já manifestaram disposição em negociar,
mas aguardam novo encontro
com a delegação empresarial da
Argentina.
Colaborou a Folha Online
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