São Paulo, quarta-feira, 20 de outubro de 2004

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Acerto externo pode minimizar rixas no bloco

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Européia seria uma válvula de escape para algumas das disputas comerciais entre o Brasil, a Argentina, o Uruguai e o Paraguai. A obrigação de abrir os seus mercados para produtos europeus e a possibilidade de ampliar as exportações da região reduziriam as reclamações dos vizinhos brasileiros, que dificultam o aprofundamento da integração.
Desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é inegável que o processo de integração regional ganhou um impulso político. Mas essa vontade política não foi capaz de sanar um problema estrutural que dificulta o desenvolvimento do bloco: as assimetrias econômicas entre seus quatro sócios.
No meio do ano, por exemplo, a Argentina decidiu -após tentativas de negociações com o Brasil- impor restrições unilaterais às exportações brasileiras de produtos da linha branca. Os argentinos adotaram medida de salvaguarda para suas indústrias, prática vetada pelas regras do Mercosul.
Se no final dos anos 90 essa atitude desencadearia uma crise diplomática entre os vizinhos, no governo Lula se escolheu apaziguar a disputa e reconhecer a necessidade dos argentinos em proteger determinados setores.
Com um acordo com a União Européia, o Mercosul sairia unido na conquista de um terceiro mercado, em vez de os quatro sócios ficarem disputando exportações intrabloco.
(ANDRÉ SOLIANI)


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